quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

As prefeituras fazem a festa com os royalties do petróleo


Um estudo exclusivo mostra como prefeituras mal preparadas ou corruptas desperdiçam a riqueza do petróleo e comprometem o futuro das cidades
Daniel Barros e Patrícia Ikeda, de Exame

Campos Dos Goytacazes, Carapebus, Presidente Kennedy e Guamaré - No dia 2 de maio, o deputado federal Paulo Feijó (PR-RJ) subiu à tribuna da Câmara, em Brasília, para parabenizar a prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, por ter entregue à cidade o Centro de Eventos Populares Osório Peixoto — na verdade, um sambódromo. Com dimensões equiparáveis às do Anhembi, na capital paulista, a passarela pode receber 40_000 pessoas, o equivalente a quase 10% da população de Campos. O sambódromo foi entregue em março para o seu Carnaval fora de época, com mais de um ano de atraso. Consumiu 80 milhões de reais, 10 milhões a mais que o previsto.

O dinheiro veio de uma fonte especial: os royalties do petróleo, uma espécie de participação na receita obtida com a extração diária de milhares de barris na bacia marítima que leva o nome da cidade. Para Feijó, o sambódromo é um exemplo: “Isso é o dinheiro dos royalties bem aplicado, porque resulta em melhor qualidade de vida para a população”, disse o deputado, correligionário da prefeita Rosinha Garotinho, mulher de Anthony Garotinho, ex-governador fluminense.

Orávio de Campos, secretário municipal de Cultura, defende a mesma tese: “O Centro de Eventos Populares era uma necessidade do município. Não podia deixar de ser feito”. Como Campos é a cidade que mais recebe royalties do petróleo — quase 10 bilhões de reais na última década —, a impressão que se tem é que a prefeitura já resolveu problemas em áreas que costumam ser críticas, como saneamento, saúde e educação, e agora pode dedicar parte do caixa para tocar projetos mais festivos.

Não é bem assim. De 2000 a 2009, a cidade caiu da 17a para a 42a colocação no ranking de desenvolvimento dos municípios fluminenses. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o ranking associa indicadores de educação, saúde, geração de emprego e renda da população.

A situação da educação ilustra bem o motivo da perda de posições na lista. Campos tem 40 escolas e creches funcionando em casas alugadas — 17% da rede municipal. Localizada a 20 quilômetros do sambódromo, a Escola Municipal de Campo Novo funciona numa casa de três quartos que é alugada há 18 anos.
As 180 crianças que lá estudam em dois turnos contam com um único banheiro e não têm nenhum refeitório. A vizinha Escola Municipal Jacques Richer tem refeitório, mas ele está ocupado por uma sala de aula para abrigar os alunos de outra instituição, a Escola Municipal João Goulart, que estava caindo aos pedaços e foi demolida no final do ano passado.

Hoje, além de conviver com a superlotação, a Jacques Richer tem turmas “multisseriadas” — os alunos do 4o e do 5o ano do ensino fundamental têm aula juntos para “economizar” professores. O conteúdo que era para ser dado ao longo de um ano é achatado em um semestre.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de Campos, divulgado em 2010, foi o mais baixo do estado para os primeiros anos do ensino fundamental: nota 3,3. “Campos tem recursos de sobra, mas aplica de maneira errada”, diz Denise Terra, economista da Universidade Candido Mendes e especialista em aplicação de royalties.

Infelizmente, a festa dos royalties não ocorre apenas em Campos. Bem longe dali, em Guamaré, no Rio Grande do Norte, o dinheiro do petróleo embala uma folia depois da outra. Nos últimos dez anos, a pequena cidade a 170 quilômetros de Natal recebeu 202 milhões de reais em royalties. No mesmo período, Guamaré trocou de prefeito oito vezes. O Tribunal de Contas do Estado deu parecer contrário à prestação de contas de três deles. Um foi preso por desvio de verbas.

Neste momento, o Ministério Público investiga os gastos com festas dos dois últimos prefeitos. Auricélio Teixeira precisa explicar os 785.000 reais pagos a bandas no Carnaval de 2011.

O atual prefeito, Emilson Borba Cunha, tirou do caixa 2 milhões de reais para animar o Carnaval deste ano e mais 2,2 milhões para bancar o oba-oba no aniversário da cidade, ao som das vozes de Zezé di Camargo e Luciano, Fábio Jr. e Reginaldo Rossi. Guamaré tinha tudo para ser próspera.

Além de poços de petróleo, tem três parques eólicos, um terminal aquaviário, duas usinas de biodiesel e uma refinaria da Petrobras, afora praias perfeitas para o turismo. Nos últimos quatro anos, o número de empresas locais dobrou para 266. Guamaré é hoje o 20o município do Brasil em PIB per capita: 90.230 reais, quase o triplo da renda paulistana.

A prosperidade, porém, não passa de um efeito contábil, fruto da divisão de um PIB turbinado por uma pequena população de 12_000 habitantes. Não muito longe do centro estão comunidades como o Morro do Judas, um bairro com ruas de terra, sem água, luz e esgoto.

Os moradores, como o agente de saúde Raurison Souza, precisam fazer gambiarras para garantir o mínimo de água em casa. A Petrobras chegou à cidade em 1982, mas até hoje a maior parte da população não tem qualificação para aproveitar as centenas de vagas abertas no setor de energia.

Enquanto as empresas de petróleo importam trabalhadores de outros estados, um quarto da cidade trabalha na prefeitura, os analfabetos representam mais de um quinto da população (o dobro da média brasileira) e quase 10% vivem na extrema pobreza. O único local onde os moradores poderiam obter alguma qualificação é no pequeno centro técnico do município, que oferece apenas 68 vagas em três
cursos.

Lucas Fenix de Oliveira, de 22 anos, até tentou entrar lá, mas não conseguiu. Como as vagas são restritas, a escola não aceita que duas pessoas da mesma família estudem ao mesmo tempo. No caso de Oliveira, deram preferência ao irmão mais velho. Mas ele não desistiu de melhorar a formação.

Após o trabalho como monitor ambiental numa fundação, faz bicos em um supermercado e usa o dinheiro para bancar o curso de eletrotécnica, na cidade vizinha. O que prospera em Guamaré é o assistencialismo. Um total de 2.300 famílias recebe da prefeitura um cartão com 120 reais para gastar no comércio.

Outras 267 estão no programa de auxílio-aluguel. Há ainda 1.604 beneficiadas pelo Bolsa Família.

Morando à beira do rio Aratuá, que contorna Guamaré, o pescador Toninho Fonseca e sua mulher acompanharam a transformação da terra natal nos últimos 30 anos.

Criaram cinco filhos com a renda da pesca, a principal atividade da cidade antes da chegada da Petrobras. O que mudou para eles? O casal agora pode observar a cidade mais do alto, pois a casa ganhou um segundo piso erguido com restos de materiais abandonados por empresas. “O dinheiro que corre por aí não chega aos filhos de Guamaré”, diz Fonseca.

Distorções

Um estudo da consultoria Macroplan, obtido com exclusividade por EXAME, indica que distorções observadas em Campos e Guamaré podem estar ocorrendo em muitos dos 905 municípios beneficiados por repasses da indústria do petróleo. O estudo avaliou as 25 cidades (16 no Rio de Janeiro, cinco no Espírito Santo e quatro em São Paulo) que mais receberam royalties de 2000 a 2010.

No conjunto, elas arrecadaram, em repasses do setor do petróleo, um total de 27 bilhões de reais no período. O dinheiro deveria ser aplicado para ampliar e aprimorar os serviços públicos, mas não foi o que se deu. Enquanto a arrecadação com royalties triplicou na década, o investimento das prefeituras cresceu apenas 24%.

Isso explica em parte por que, na prática, a convivência com a cadeia do petróleo, que deveria impulsionar um ciclo virtuoso, tem contribuído para piorar a qualidade de vida em muitas localidades.

O que ocorreu é uma espécie de contrassenso. O dinheiro fez o produto interno bruto dos municípios crescer a taxas superiores às dos respectivos estados. Mas a renda da população não aumentou na mesma proporção e ainda é baixa. No conjunto das 25 cidades, quase 10% dos habitantes vivem com renda equivalente a um quarto do salário mínimo.

É verdade que a chegada de novas empresas e o aumento dos investimentos elevaram a oferta de emprego formal — mas criaram efeitos colaterais. De 2003 a 2010, o número de postos com carteira assinada nas 25 cidades cresceu 65%, uma alta acima da média brasileira, de 49% no período.

Mas os empregos em geral não foram ocupados com a mão de obra local (que em sua maior parte não dispõe da qualificação exigida pela cadeia do petróleo). E também não foram suficientes para absorver o grande volume de migrantes que afluiu para essas localidades. Resultado: 90% dos municípios tiveram taxas de crescimento demográfico superiores à média de seus estados e 80% acumularam um índice de desemprego acima da média nacional.

Como as cidades incharam, cresceu a demanda por serviços de saúde, saneamento, educação, treinamento de mão de obra e policiamento. A falta de trabalho e a precariedade da infraestrutura contribuíram para o aumento da violência. Hoje, 13 das 25 cidades têm taxas de homicídio acima das respectivas médias estaduais.

Quatro delas — a capixaba Linhares e as fluminenses Búzios, Cabo Frio e Parati — estão na lista das 100 mais violentas do Brasil. “Esses municípios deveriam estar crescendo mais rapidamente e melhor do que os outros que não recebem royalties”, diz Alexandre Mattos, diretor da Macroplan e coordenador da pesquisa.
“Mas não é o que está ocorrendo. Não há regras nem mecanismos de controle para a aplicação dos royalties, muito menos metas em relação aos benefícios que devem gerar.”

Liberadas para fazer o que bem entendem com o dinheiro, as prefeituras deixam de lado investimentos que seriam importantes para o desenvolvimento local e consomem a maior parte com o custeio da máquina pública. Carapebus, no Rio de Janeiro, é um exemplo.

Recebeu mais de 380 milhões de reais em royalties, mas nada lá lembra a pujança do petróleo. Ainda é uma cidade-dormitório para quem trabalha em Macaé, município vizinho do qual se emancipou em 1997. O poder público responde por quase 90% dos postos de trabalho formal de Carapebus.

A falta de mecanismo de controle e de transparência na aplicação dos royalties tem outro efeito nefasto: abre margem para a corrupção. Denúncias de desvio de recursos são recorrentes nas cidades do petróleo — com repercussão sempre desagradável.

A gestão pública e a economia do município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, perderam o rumo em abril, depois que uma operação da Polícia Federal, batizada de “Lee Oswald” (nome do acusado de matar John F. Kennedy em 1963, ano de fundação da cidade capixaba), prendeu o então prefeito, Reginaldo Quinta (PTB), e mais 27 pessoas, entre elas o presidente e o vice-presidente da Câmara Municipal.

O grupo é acusado de aplicar sobrepreços de até 80% em contratos de terceirização que somam 55 milhões de reais, o equivalente a um quarto do valor dos royalties recebidos pela cidade em 2010. Ao assumir a prefeitura, o vereador Jardeci Terra achou por bem romper e investigar os contratos com as empresas citadas no inquérito que investiga o caso. As terceirizações sob suspeita deixaram sem emprego cerca de 1.000 pessoas, o que provocou um baque no comércio da cidade, cuja população é de 10.000 habitantes.

Mesmo quando há acerto nas prioridades, a execução corre o risco de dar errado por falta de funcionários públicos competentes para gerenciar os projetos. Em 2001, Campos lançou o Fundecam, um fundo pelo qual a prefeitura oferecia empréstimos a juros baixos para as empresas que se instalassem na cidade.
O objetivo era diversificar a economia, mas a avaliação das propostas e da idoneidade dos tomadores do dinheiro era falha. Ao final, a taxa de inadimplência do fundo superou 40%. “Apareceu picareta do país inteiro atrás do dinheiro fácil do Fundecam”, afirma Roberto Moraes, engenheiro do Instituto Federal Fluminense, de Campos.

“Não houve um esforço para formar uma cadeia produtiva. As empresas escolhidas eram tão diversas quanto fábricas de fraldas e de macarrão.” A fábrica de macarrão a que Moraes se refere é a Duvêneto.
Ela pegou empréstimos sucessivos, funcionou precariamente e fechou as portas em março, deixando uma dívida de 34 milhões de reais. Já a fábrica de refrigerantes do grupo Coroa, que deve 3,5 milhões à prefeitura, nem operou. O
esqueleto do galpão industrial está abandonado às margens da rodovia BR-101.
A sucessão de descalabros que hoje se veem nas cidades beneficiadas pelos royalties deve servir de alerta: o Brasil precisa reavaliar o modelo de distribuição e de controle do uso da riqueza do petróleo.
Como se tem notado nas dicussões de governadores e prefeitos, a mera perspectiva de que essa riqueza tome mais corpo, caso se confirmem as previsões em relação à exploração do pré-sal, já deflagrou uma guerra entre políticos pela partilha.
“A exploração do petróleo vive de ciclos de 20 a 40 anos, que um dia terminam”, diz Mattos, da Macroplan. “O ciclo do Brasil está apenas no começo e precisamos decidir como usar melhor os recursos, para que, ao final, tenhamos municípios pujantes, e não grandes favelas.” O risco é o desperdício proliferar — e o país jogar fora uma grande chance de dar um salto de qualidade.

Fonte:
As prefeituras fazem a festa com os royalties do petróleo - Revista Exame http://exame.abril.com.br/noticia/a-festa-dos-royalties/imprimir
4 de 4 29/11/2012 15:19

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

PLANO PLURIANUAL 2012-2014

Então, mas o que é isso?
Plano plurianual, segundo Wikipedia entre outros,  no Brasil, é previsto no artigo 165 da Constituição Federal, e regulamentado pelo Decreto 2.829, de 29 de outubro de 1998 e estabelece as medidas, gastos e objetivos a serem seguidos pelo Governo Federal, Estadual ou Municipal ao longo de um período de quatro anos, por isso é plurianual, 4 anos.

  • De 1996 a 1999 tivemos o Plano Brasil em Ação;
  • De 2000 a 2003 tivemos o Plano Avança Brasil;
  • De 2004 a 2007 tivemos o Plano Brasil de Todos;
  • De 2008 a 2011 tivemos o Plano Desenvolvimento com Inclusão Social e Educação de Qualidade;
  • De 2012 a 2015 temos o Plano Brasil sem Miséria.

Como águas passadas não movem moinho, vou falar do Plano Brasil sem Miséria, pois está dentro da faixa de tempo na qual vivemos atualmente, e a forma de monitorar e avaliar e mesmo criticar de forma inteligente é com o conhecimento sobre o assunto.

Imagem
Plano Brasil Sem Miséria
  • Documentação;
  • Energia elétrica;
  • Combate ao trabalho infantil;
  • Segurança Alimentar e Nutricional: Cozinhas comunitárias e bancos de alimentos;
  • Apoio à população em situação de rua, para que saiam desta condição;
  • Educação infantil;
  • Saúde da Família;
  • Rede Cegonha;
  • Distribuição de medicamentos para hipertensos e diabéticos;
  • Tratamento dentário;
  • Exames de vista e óculos;
  • Assistência social, por meio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS).
  • Acesso a Serviços: Área da Educação, Saúde, Assistência Social e Segurança Alimentar;
  • Garantia De Renda: Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC);
  • Inclusão Produtiva: Rural e Urbana.
  • Área de Educação
  • Área de Saúde
  • Área de Assistência Social e Segurança Alimentar
  • Rural
  • Urbano

Qual o objetivo do Plano Brasil Sem Miséria?
O objetivo do Plano Brasil Sem Miséria é elevar a renda e as condições de bem-estar da população. As famílias extremamente pobres que ainda não são atendidas serão localizadas e incluídas de forma integrada nos mais diversos programas de acordo com as suas necessidades.
A quem o Plano Brasil Sem Miséria é direcionado?
Plano Brasil Sem Miséria é direcionado aos brasileiros que vivem em lares cuja renda familiar é de até R$ 70 por pessoa. De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão nesta situação 16,2 milhões de brasileiros.
Quais as ações envolvidas no Plano Brasil Sem Miséria?
Plano Brasil Sem Miséria agrega transferência de renda, acesso a serviços públicos, nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e energia elétrica, e inclusão produtiva. Com um conjunto de ações que envolvem a criação de novos programas e a ampliação de iniciativas já existentes, em parceria com estados, municípios, empresas públicas e privadas e organizações da sociedade civil, o Governo Federal quer incluir a população mais pobre nas oportunidades geradas pelo forte crescimento econômico brasileiro.
A expansão e a qualidade dos serviços públicos ofertados às pessoas em situação de extrema pobreza norteiam o Brasil Sem Miséria. Para isso, oplano prevê o aumento e o aprimoramento dos serviços ofertados aliados à sensibilização, mobilização, para a geração de ocupação e renda e a melhoria da qualidade de vida. As ações incluirão os seguintes pontos:

Quais serão os pontos de atendimento do programas englobados pelo Plano Brasil Sem Miséria?
Os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) serão os pontos de atendimento dos programas englobados pelo Brasil Sem Miséria. As sete mil unidades existentes no País funcionam em quase todos os municípios e outros pontos serão criados.
Qual será a estratégia utilizada para localizar, cadastrar e incluir as famílias nos programas do Plano Brasil Sem Miséria?
Na estratégia da busca ativa, as equipes de profissionais farão uma procura minuciosa na sua área de atuação com o objetivo de localizar, cadastrar e incluir nos programas as famílias em situação de pobreza extrema. Também vão identificar os serviços existentes e a necessidade de criar novas ações para que essa população possa acessar os seus direitos.
Mutirões, campanhas, palestras, atividades socioeducativas, visitas domiciliares e cruzamentos de bases cadastrais serão utilizados neste trabalho. A qualificação dos gestores públicos no atendimento à população extremamente pobre faz parte da estratégia.
Quais são os três eixos de atuação do Plano Brasil Sem Miséria?
Plano Brasil Sem Miséria atua em três eixos: acesso a serviços, garantia de renda e inclusão produtiva.

Quais são os Programas incluídos no eixo de atuação: Acesso a Serviços?

Brasil Alfabetizado - Alfabetização de jovens, adultos e idosos, preferencialmente nas cidades onde há grande taxa de analfabetismo. Esses municípios recebem apoio técnico na implementação das ações do programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizandos.
Para mais informações, acesse:  http://portal.mec.gov.br
Mais Educação - Conhecido como “escola em tempo integral”, oferta ações educativas nas escolas públicas por meio de atividades optativas que foram agrupadas em campos, como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção da saúde, educação científica e educação econômica. O governo federal repassa recursos para ressarcimento de monitores, materiais de consumo e de apoio segundo as atividades. As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de instrumentos musicais e rádio escolar, dentre outros.
Para mais informações, acesse:  http://portal.mec.gov.br
 Unidades Básicas de Saúde - Unidades construídas em municípios de extrema pobreza e que atendem até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhar o paciente ao hospital. Trata-se da porta preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para mais informações, acesse:  www.saude.gov.br.dab
Brasil Sorridente - Ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, com implementação de Centros de Especialidades Odontológicas, equipes de saúde bucal, Unidades Odontológicas Móveis e oferta de próteses.
Para mais informações, acesse:  www.saude.gov.br/bucal
Saúde da Família - Equipes compostas por médicos, dentistas, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários que atendem os pacientes em suas residências e/ou nas UBS (Unidade Básica de Saúde). Essas equipes disponibilizam ações como prevenção, tratamento e educação em saúde, reduzindo a ida dos pacientes aos hospitais e evitando internações.
Para mais informações, acesse: www.saude.gov.br/dab
Olhar Brasil - Identifica problemas visuais em alunos matriculados na rede pública de ensino fundamental (1º ao 9º ano) e no programa BrasilAlfabetizado (população de 15 a 59 anos). Presta assistência oftalmológica, fornecer óculos quando necessário e inclui na rotina assistencial e na Política de Cirurgias Eletivas os idosos não alfabetizados.
Para mais informações, acesse: www.saude.gov.br
Distribuição de Medicamentos – Também conhecido como “Aqui tem Farmácia Popular”, oferece medicamentos gratuitos para diabetes e hipertensão e outros com desconto para asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose, glaucoma, contraceptivos e fraldas geriátricas.
Para mais informações, acesse: www.saude.gov.br/aquitemfarmaciapopular
Rede Cegonha – Conjunto de medidas para garantir, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento adequado, seguro e humanizado para as mulheres desde a confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal e o parto, até os dois primeiros anos de vida do bebê. As medidas incluem assistência obstétrica (às mulheres) – com foco na gravidez, no parto e pós-parto e assistência infantil (às crianças).
Para mais informações, acesse: www.saude.gov.br
Saúde na Escola - O objetivo de promover a saúde dos alunos brasileiros de escolas públicas. As equipes desenvolvem ações junto às escolas da sua área de cobertura, através da promoção de hábitos saudáveis e cultura de paz, prevenção da toxicodependência e alcoolismo, educação sexual e diagnóstico precoce de problemas de saúde que comprometam o desempenho escolar e o desenvolvimento adequado das crianças e jovens.
Para mais informações, acesse: www.saude.gov.br/dab
 CRAS - O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é a unidade pública municipal da assistência social, localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social. Nela, há a prestação de serviços socioassistenciais, como cadastramento e acompanhamento das famílias, e acesso a programas de transferência de renda, entre outros. É preferencialmente a porta de acesso aos serviços e programas de Assistência Social.
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Assistência Social > PSB - Proteção Social Básica > CRAS - Centro de Referências de Assistência Social > CRAS - Institucional
CREAS - O Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) é a unidade pública e estatal da assistência social que coordena e oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos com direitos violados. Podem ter abrangência municipal ou regional, proteção a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa e atendimento a idosos, pessoas com deficiência, famílias e indivíduos que tenham sofrido violência física, psicológica, sexual (abuso e/ou exploração sexual), indivíduos egressos de situação de tráfico de pessoas, em situação de rua e mendicância ou abandono, trabalho infantil ou outras formas de violação de direitos.
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Assistência Social > PSE - Proteção Social Especial > CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social > CREAS - Institucional
Banco de Alimentos - Unidades de abastecimento e combate ao desperdício que integram a rede de equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional do governo federal. Auxiliam na distribuição de alimentos do  Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), atuando também na doação a entidades socioassistenciais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Segurança Alimentar e Nutricional > Banco de Alimentos
Cozinhas Comunitárias – Unidades que produzem e comercializam refeições saudáveis e balanceadas, com produtos regionais, vendidas a preços acessíveis e servidas em locais apropriados e confortáveis. Devem produzir no mínimo 100 refeições por dia e funcionar no mínimo cinco dias porsemana, em bairros populosos das periferias urbanas ou nas áreas centrais de pequenas cidades. Preferencialmente, utilizam produtos do PAA e do Banco de Alimentos. 
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Segurança Alimentar e Nutricional > Cozinhas Comunitárias
Quais são os Programas incluídos no eixo de atuação: Garantia de Renda?
Bolsa Família - Programa para famílias com renda mensal por pessoa inferior a R$ 140. São duas faixas: Famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 70, consideradas extremamente pobres, recebem um benefício fixo de R$ 70, independente de terem ou não filhos. Se tiverem filhos, elas podem receber também os benefícios variáveis.
Na outra faixa, famílias com filhos e renda de até R$ 140 têm direito apenas ao benefício variável – R$ 32 por criança de até 15 anos na escola, limitado a cinco crianças por família, - e ao benefício variável jovem – R$ 38 por jovem de 16 e 17 anos na escola, limitado a dois jovens por família.
Para manter o benefício, deve haver freqüência escolar (85% de presença das aulas para crianças e 75% para jovens) e acompanhamento em saúde de crianças (calendário de vacinas), gestantes (pré-natal) e nutrizes.
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Bolsa Família
BPC - Garantido pela Constituição Federal, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) assegura um salário mínimo mensal ao idoso, com idade de 65 anos ou mais, e a crianças, adolescentes ou adultos com doença crônica ou alguma deficiência que a incapacite para a vida independente e para o trabalho, que comprove não possuir meios de garantir o próprio sustento, nem tê-lo provido por sua família. É necessário que a renda mensal bruta familiar per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo vigente.
Para mais informações, consultar Perguntas Frequentes > Assistência Social > BPC - Benefício de Prestação Continuada > BPC - Benefício de Prestação Continuada
Como Plano Brasil Sem Miséria irá atuar no Programa Bolsa Família?
 O Brasil Sem Miséria vai incluir no Bolsa Família 800 mil famílias que atendem as exigências de entrada no programa, mas não recebem o recurso porque ainda não estão cadastradas. Para efetuar o cadastramento, haverá um trabalho pró-ativo de localização desses potenciais beneficiários. O governo pretende atingir essa meta em dezembro de 2013.
Outra mudança no programa é o limite do número de crianças e adolescentes com até 15 anos para o recebimento do benefício, que hoje é de R$ 32. Antes, independentemente do número de crianças na família, a quantidade máxima de benefícios era para três crianças. Agora, passa para cinco crianças. Com a alteração, 1,3 milhão de crianças e adolescentes serão incluídos no Bolsa Família. Para famílias com cadastro atualizado a inclusão é automática e começou a valer a partir de setembro de 2011.
Além da expansão do programa federal, o governo está em negociação com os estados e municípios para a adoção de iniciativas complementares de transferência de renda. Até dezembro de 2011, os governos do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Distrito Federal, São Paulo, Rondônia, Amapá, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso já lançaram seus programas complementares.
Quais são os Programas incluídos no eixo de atuação: Inclusão Produtiva?

Assistência Técnica - Assistência técnica que visa estruturar a produção de alimentos para autoconsumo e para comercialização do excedente e geração de renda. A partir do diagnóstico de cada unidade de produção familiar, é elaborado um projeto de estruturação produtiva e social, com tecnologias adequadas à realidade local, ao perfil do público beneficiado e à sustentabilidade ambiental. O acompanhamento será feito por visitas técnicas.
Para mais informações, acesse: www.mds.gov.br
Fomento – Transferência direta de recursos financeiros não reembolsáveis, com a mesma estrutura de pagamento já utilizada pelo Programa Bolsa Família, e condicionada à adesão a um projeto de estruturação da unidade produtiva familiar.
Para mais informações, acesse: www.mds.gov.br
Acesso a mercados públicos e privados – A ampliação do número de agricultores familiares no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) prevê também ampliação da compra da produção por parte de instituições públicas e filantrópicas (hospitais, escolas, universidades, creches e presídios) e estabelecimentos privados, como supermercados.
Para mais informações, acesse: www.mds.gov.br e www.mda.gov.br
Água e Luz para todos – Construção de cisternas para água de consumo – a água da chuva é colhida nos telhados das casas e mantida num reservatório – e também cisternas de calçada, com capacidade maior de armazenamento de água para uso no plantio e na criação de animais. Também haverá um “KIT irrigação” para pequenas propriedades e recuperação de poços artesianos. Continuidade do programa Luz Para Todos, beneficiará famílias que ainda não têm energia elétrica. 
Bolsa Verde – Transferência de R$ 300 por trimestre para família cadastrada no Programa de Apoio à Conservação Ambiental pela proteção ambiental feita em Áreas de Preservação Permanente, unidades de conservação e assentamentos diferenciados ambientalmente. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família.
 Qualificação - Inclusão social por meio da qualificação profissional, com geração de emprego e renda para os mais pobres, atendendo às demandas nas áreas públicas e privadas. O governo articulará ações com o Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda; o Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (PRONATEC); obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida. O objetivo é inserir os beneficiários do Bolsa Família no mercado de trabalho através da oferta de cursos de formação sintonizados com a vocação econômica de cada região. Escolas técnicas, o Sistema S e outras redes serão mobilizados para que seja possível proporcionar cursos gratuitos e oferecer aos alunos, material pedagógico, lanche e transporte.
Catadores - Apoio à organização produtiva dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, com melhoria das condições de trabalho e ampliação das oportunidades de inclusão socioeconômica. A prioridade é atender capitais e regiões metropolitanas, apoiar as prefeituras em programas de coleta seletiva, além de capacitar catadores e viabilizar infraestrutura e redes de comercialização.
Como o Plano Brasil Sem Miséria irá atuar na inclusão produtiva?
As iniciativas de inclusão produtiva urbana vão reunir estímulo à geração de ocupação e renda via empreendedorismo e à economia solidária e oferta de orientação profissional, cursos de qualificação profissional e intermediação de mão-de-obra para atender às demandas nas áreas públicas e privadas.
Em relação à qualificação, a proposta é atender pessoas de 18 a 65 anos por meio de ações articuladas de governo: Sistema Público de Trabalho, Emprego e Renda; Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (PRONATEC); Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida; Rede de Equipamentos de Alimentos e Nutrição; e coleta de materiais recicláveis.
Além da qualificação, o trabalho de inclusão produtiva abrangerá a emissão de documentos, acesso a serviços de saúde, como o ‘Olhar Brasil’, para exame de vista e confecção de óculos, e o ‘Brasil Sorridente’, para tratamento dentário, além de ações de microcrédito e orientação profissional.
Quais as ações do Plano Brasil Sem Miséria estão voltadas aos Catadores de material reciclável?
plano prevê o apoio à organização produtiva dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. Para este público, está prevista a melhoria das condições de trabalho e a ampliação das oportunidades de inclusão socioeconômica. A prioridade é atender capitais e regiões metropolitana.
Brasil Sem Miséria também apoiará as prefeituras em programas de coleta seletiva com a participação dos catadores de materiais recicláveis. Oplano vai capacitar e fortalecer a participação na coleta seletiva de catadores, e terá ações para viabilizar a infraestrutura e incrementar redes de comercialização.
Quais ações do Plano Brasil Sem Miséria estão voltadas aos agricultores familiares em situação de extrema pobreza atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)?
Uma das metas do Brasil Sem Miséria para a zona rural é aumentar em quatro vezes o número de agricultores familiares atendidos pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Uma das ações da inclusão produtiva rural será a assistência técnica individualizada e continuada de 253 mil famílias. Para acompanhar os agricultores, haverá uma equipe de 11 técnicos para cada mil famílias. Consta ainda do plano o fomento de R$ 2,4 mil por família, ao longo de dois anos, para apoiar o aumento da produção e a comercialização excedente dos alimentos. O pagamento será efetuado por meio do cartão do Bolsa Família. Além disso, essas famílias receberão insumos (sementes, adubos, fertilizantes, entre outros).  Ampliar as compras por parte de instituições públicas e filantrópicas (hospitais, escolas, universidades, creches e presídios) e a rede privada de supermercados, por exemplo, também é objetivo doplano
Como o Plano Brasil Sem Miséria irá atuar no acesso à água para consumo e produção?
O acesso à água para o consumo e a produção é outra ação que se fortalece com o Brasil Sem Miséria.  De acordo com o plano, a construção de novas cisternas para o consumo vai atender 750 mil famílias rurais até 2013. Além disso, existem ações para ampliar o acesso de 600 mil famílias à água para produção e criação de animais através de cisternas, sistemas simplificados, sistemas de irrigação para pequenas propriedades e recuperação de poços artesianos. 
plano definiu também que mais 257 mil famílias terão acesso à energia elétrica até 2014 através do Programa Luz para Todos. Esse quantitativo foi obtido a partir dos dados da população extremamente pobre, levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O que é o Bolsa Verde?
O governo federal vai criar um programa de transferência de renda para as famílias em situação de extrema pobreza que promovam a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham. Este programa é o Bolsa Verde, que pagará, a cada trimestre, R$ 300 por família que preserva florestas nacionais, reservas extrativistas e de desenvolvimento sustentável. O valor será transferido por meio do cartão do Bolsa Família.
Como obter mais informações sobre o Plano Brasil Sem Miséria?
Para mais informações sobre o Plano Brasil Sem Miséria, acesse o endereço: 
WWW.brasilsemmiseria.gov.br

Fontes: wikipedia, mds.gov.br.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ensino superior no Brasil: elementos de sua história



A questão do acesso ao ensino superior, no Brasil, pressupõe uma breve incursão na história da educação superior no sentido de identificar e delimitar alguns marcos significativos de sua trajetória, posto que direta ou indiretamente concorreram eles para o delineamento da atual configuração das universidades brasileiras. De início, é importante destacar que o país nunca teve um modelo próprio de universidade, valendo-se sempre de exemplos e de experiências de países centrais, podendo-se constatar, nos dias atuais, uma superposição de modelos entre as IES públicas e privadas.  
Desde o seu advento, a educação superior, no país, esteve voltada para os filhos das famílias da elite social e econômica. No Brasil Colônia, os jovens eram enviados para estudar nas universidades europeias, especialmente, em Coimbra, Portugal. Com raras exceções, alguns jovens vindos de famílias menos favorecidas conseguiam frequentar cursos superiores por meio do ingresso na vida religiosa e, portanto, com o apoio da Igreja. Por volta de 1808, com a chegada da Corte portuguesa, registra-se a criação das primeiras escolas isoladas de educação superior, no país, concebidas à luz do “modelo napoleônico”, centrado em cursos e faculdades, estruturados de forma independente e não propriamente a partir da concepção de universidade. O “modelo”, centralizado do ponto de vista administrativo, mas dissociado em relação à integração das faculdades, via no ensino superior um importante mecanismo para formar os profissionais necessários ao funcionamento da sociedade e, ao mesmo tempo, um importante instrumento para disseminar as doutrinas vigentes (TRINDADE, 1998). Esses cursos e faculdades se destinavam principalmente à formação dos quadros necessários à burocracia do Estado, em consonância com as suas doutrinas. 
Vale destacar que o Brasil esteve fora do debate sobre um novo projeto de universidade empreendido por  países europeus, posto que somente em 1920, portanto, bastante tardiamente (CUNHA, 2007), é criada a Universidade do Rio de Janeiro, efetivamente a primeira do país, que incluía uma confederação de escolas – Medicina, Politécnica e Direito (FÁVERO, 1999). Alguns anos mais tarde, em 1927, é inaugurada a Universidade Federal de Minas Gerais, à luz do modelo neonapoleônico, aglutinando cinco faculdades – Engenharia, Medicina, Direito, Farmácia e Odontologia. Tratava-se de um modelo de administração centralizada, que pressupunha alguma coordenação em relação aos cursos de formação profissional. Na prática, esses cursos - concebidos sob a ótica da ciência positivista que delimita rigidamente os campos de conhecimento - se apresentavam desintegrados e independentes (ANASTASIOU, 2001). Até hoje, esse modelo de inspiração napoleônica influencia as universidades brasileiras tanto em relação à oferta de cursos e programas, quanto ao não incentivo ao desenvolvimento de processos divergentes de pensamento.           
No contexto da “revolução de 1930”, são registrados dois projetos de universidade com propostas assemelhadas: o da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, e o da Universidade do Distrito Federal (UDF), em 1935. Em que pese, na UDF, as idéias liberais-progressistas de seus mentores quanto à criação de uma instituição autônoma, responsável pela produção do “saber desinteressado” e pela formação de indivíduos críticos e “cultores da liberdade”, a proposta não se consolida em razão de pressões de segmentos conservadores da sociedade, entre eles, a Igreja e o próprio Estado, que a consideravam uma ameaça à sociedade. Na USP, é criada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras como um “centro integrado de busca e de crítica do saber”, sob a inspiração do modelo germânico humboldtiano, pautado na concepção da indivisibilidade entre o saber, o ensino e a pesquisa (TRINDADE, 1998). A proposta sofre oposição das demais instituições superiores de formação profissional (Direito, Engenharia, Medicina e Agricultura) cuja autonomia, estrutura, mentalidade e tipo de ensino certamente sofreriam limitações sob essa nova concepção de universidade. Por quase três décadas, de 1934 a 1959, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras resiste às pressões tal qual “um estado dentro do estado”, mas, desprovida de poder político, a proposta acaba por se descaracterizar e se tornar impraticável. Nessas condições, a Universidade paulista sobrevive como uma federação de escolas, incorporando, pois, traços do modelo napoleônico profissional (SGUISSARDI, 2004).
No início dos anos de 1960, as várias correntes da intelectualidade brasileira e os estudantes discutem uma nova proposta de universidade para o país em meio a um crescimento espontâneo e desordenado das IES. Em 1962, é fundada a Universidade de Brasília (UnB) que, considerada um “projeto coletivo da intelectualidade brasileira”, reacende a idéia de um modelo de universidade baseado na associação do ensino e da pesquisa e de uma estrutura integrada por meio da coordenação das atividades das várias unidades de ensino. Vista como uma inovação face ao modelo tradicional baseado em faculdades e escolas independentes e consideradas auto-suficientes, a experiência da UnB foi logo abortada pelo golpe militar de 1964. Considerada foco de deliberação de idéias subversivas, seus idealizadores foram demitidos e muitos deles obrigados a se exilar no exterior. Inúmeros professores foram detidos e outros se demitiram em sinal de protesto contra a intervenção militar (CUNHA, 2007). 
Ainda, no início da década de 1960, o movimento dos estudantes liderado pela União Nacional dos  Estudantes (UNE) defendia uma reforma universitária como parte das Reformas de Bases defendidas pelos setores progressistas do país. Uma das principais bandeiras de luta dos estudantes era a democratização da universidade, traduzida principalmente pela democratização do acesso ao ensino superior, o que deveria ocorrer pela ampliação do número de vagas, pela rediscussão dos exames vestibulares, entre outros aspectos (SGUISSARDI, 2004). Tal qual aconteceu com os gestores e docentes da UnB, também alguns estudantes foram exilados, outros detidos e torturados, sob a acusação de conspirarem contra a ordem estabelecida pelo novo regime do país.           
Em 1968, o governo militar implanta a Reforma Universitária por meio da Lei 5.540, sob inspiração do acordo entre o Ministério da Educação e Cultura (MEC) e a United States Agency for International Development (USAID), que impunha diretrizes à produção do conhecimento e ao processo de pesquisa a serem realizados pelas universidades brasileiras. A legislação da ditadura militar rompe com o modelo neohumboldtiano na medida em que a responsabilidade pelo desenvolvimento de pesquisas passa a ser da pós-graduação, enquanto que à graduação caberia a formação dos quadros de profissionais especializados para atender às demandas do “modelo” econômico então denominado de milagre brasileiro. Com foco no mercado e a cisão entre ensino e pesquisa, no âmbito da graduação e da pós-graduação, que leva a uma quase estagnação do processo de criticidade no âmbito dos cursos de graduação, a Reforma resgata o caráter arcaico do modelo napoleônico (ANASTASIOU, 2001). 
Uma avaliação dos vinte anos que se seguiram à implantação da Reforma indicam, de um lado, a consolidação da pós-graduação e a estruturação da carreira docente nas universidades federais e, de outro, a não efetivação do propósito de consolidação de um modelo de universidade para oferta da educação superior, haja vista a ampliação das IES isoladas ou aglutinadas em federações (VIEIRA, 1991).     
É importante destacar que, desde meados dos anos de 1990, o Estado vem incentivando e criando facilidades para a abertura e expansão de IES privadas. Em contrapartida, tem restringido o apoio à manutenção e expansão do setor público federal, que também não goza de autonomia administrativa e financeira sobre seu orçamento. As IEs privadas se concentram sobretudo na região Sudeste onde, entre outros fatores, é maior a demanda de alunos, de renda e de lucro. Entre 1994 e 2000, verifica-se um aumento de 38% de IES, no país, montante em que as privadas apresentaram um crescimento de 58%, enquanto que as públicas apresentaram uma diminuição de 23% (SGUISSARDI, 2004).
A partir de meados dos anos de 1990, a legislação federal por meio dos Decretos N° 2207 e N° 2306 de 1997 e N° 3.860 de 2001, concebidos sob inspiração neoliberal e influência efetiva do Banco Mundial, estabelece que a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão se aplica apenas às universidades, deixando desobrigadas as IES, o que contraria o artigo 207 da Constituição Federal, que estabelece o vínculo entre as três instâncias. Tal situação dá indícios da existência de uma superposição ou dualidade de modelos de universidades (SGUISSARDI, 2004). 
Em 2000, de um total de 1.180 IES, no país, apenas 71 eram públicas, as demais assim se dividiam: 884 IES isoladas, 140 Centros Universitários e/ou Faculdades Integradas e 85 universidades privadas, em que mais de 60% tinham fins lucrativos. Nesse contexto, é bem provável que a maior parte delas, com raras exceções, se inclua no modelo neo-napoleônico haja vista a não obrigatoriedade de apresentar uma estrutura consolidada de pesquisa e de associar ensino, pesquisa e extensão. Desse grupo, certamente ficariam de fora as IES públicas e algumas privadas que, conforme o modelo neo-humboldtiano, deveriam atender os requisitos necessários para a produção do conhecimento oriundo da pesquisa (SGUISSARDI, 2004). Para não se cair ingenuidade de um raciocínio maniqueísta, é bem provável que os dois modelos convivam ou estejam superpostos em uma mesma instituição. 
Nesse contexto, Trindade (1998) nos chama a atenção para a crise da universidade que, para além do público e do privado, é a crise da instituição na atual sociedade do conhecimento cuja ênfase é dada à formação de profissionais polivalentes para o mercado. Também Sguissardi (2004) nos chama a atenção para um modelo emergente de universidade “pública” e privada, que denomina de neoprofissional, heretônomo e competitivo. A característica neoprofissional se revela, entre outros fatores, pelo aumento do número de IES particulares e pela evolução de seu número de matrículas, na ordem de 121%, entre 1994 e 2000 contra 36% nas públicas, o que indica um crescimento das universidades ditas profissionais em relação às universidades que associam ensino e pesquisa. A heteronomia diz respeito à redução da autonomia das universidades, especialmente nas públicas federais, em que a prática estaria cada vez mais submissa à lógica do mercado e do Estado. A competitividade não se restringiria ao tipo de gestão assumido pelas IES particulares, ou seja, de uma empresa tipicamente comercial, mas, sobretudo, como parte do problema econômico do país em que a educação superior é considerada fator de competitividade no mundo globalizado.         
A despeito dos modelos de universidade encontrados no cenário brasileiro, é importante destacar que a educação superior continua sendo um segmento educacional voltado a uma minoria, haja vista os dados do último censo nacional de 2000. De uma população de 170 milhões de habitantes (86 milhões feminina e 84 milhões masculina), menos de 5%, isto é, 5.890.631 (2.689.726 homens e 3.200.905 mulheres) teve acesso ao ensino superior e, desse montante, apenas 5.485.710 tinham completado cursos de graduação e, somente, 302.043 tinham diplomas de pós-graduação (Mestres e Doutores). 
É nesse contexto que se insere a discussão sobre o acesso ao ensino superior temática que envolve não só os estudos das políticas públicas e dos mecanismos que levam à tomada de decisão, como também suas implicações nos modelos de avaliação em educação. 
Os programas de acesso ao ensino superior inserem-se no âmbito das políticas inclusivas compensatórias posto que visam corrigir as lacunas deixadas pelas insuficiências das políticas universalistas. Esses programas, como destaca Cury (2005), buscam equilibrar uma situação sempre que a balança tende a favorecer grupos hegemônicos no acesso aos bens sociais, conjugando, ao mesmo tempo, os princípios de igualdade com o da eqüidade, compreendida como a melhor escolaridade. Buscam também atender à dimensão de uma inserção profissional mais qualificada mediante uma base maior de inteligência, visando ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. 
Dentre as políticas que têm o foco no acesso ao ensino superior destacam-se o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) e o Programa Universidade para Todos (PROUNI). Voltados para a população de baixa renda, são considerados políticas inclusivas, compensatórias, focalizadas e afirmativas. Ao priorizar a análise do PROUNI, o pressuposto deste estudo é que este Programa, ao mesmo tempo em que produz mudanças tanto para a IES como para os alunos bolsistas, é um desdobramento das políticas públicas focalizadas e de caráter compensatório. Considerando as regras que garantem a participação de pessoas de diferentes etnias, a proposta do PROUNI pode também ser identificada como uma ação afirmativa. Integra o escopo do trabalho a análise sobre as relações entre o público e o privado no âmbito do Programa.

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EDUCAÇÃO SUPERIOR E A EMERGÊNCIA DO PROUNI 
A definição e implementação de uma política de acesso à universidade integram um rol de demandas oriundas, em larga medida, do cenário produtivo. A solicitação de uma força de trabalho mais qualificada e apta a “aprender a aprender” e a responder às qualificações que vão sendo forjadas, desenvolvendo novas competências exigidas para a vida na sociedade contemporânea, em contraposição aos requerimentos colocados pelo modelo taylorista/fordista, são elementos que permeiam a proposição das políticas de educação. A solicitação do cumprimento de funções mais cerebrais como raciocínio lógico, resolução de questões surgidas no cotidiano do trabalho, disposição de estar sempre aprendendo, e a cobrança de um novo padrão atitudinal, qual seja, uma força de trabalho mais cooperativa, autônoma e comunicativa, são aspectos que se coadunam com a ampliação da escolaridade. À educação é atribuído o papel estratégico de promover o desenvolvimento das novas capacidades requeridas do trabalhador. 
A discussão sobre a emergência e implantação do PROUNI no quadro das políticas públicas de educação superior nos conduz a recuperar não apenas questões ligadas à definição, manutenção e/ou (re)direcionamento das políticas em curso, mas possibilita reconstruir, mesmo que parcialmente, suas ligações com as concepções neoliberais. Nesse sentido, é preciso considerar que, desde meados da década de 1970, o quadro sócio-político e econômico do país provocou mudanças na definição do caráter das políticas públicas, na relação entre o público e o privado e nos debates sobre a redefinição do papel do Estado, tocando na problemática do emprego e desemprego. Ao mesmo tempo, esses temas ganharam destaque nos debates e proposições feitas por agências multilaterais e organismos internacionais e permanecem presentes nos debates de diferentes setores e segmentos da sociedade, interagindo com as políticas educacionais, sobretudo nos países em desenvolvimento.
Em decorrência das solicitações que emergem desse cenário em contínua mudança, definiram-se vínculos quase lineares entre a escolaridade da população e a sua capacidade de inserção e permanência no mercado de trabalho, bem como com o seu desempenho produtivo. Trata-se de novas solicitações feitas à educação e à escola, aos trabalhadores, tendo em vista a busca de maior produtividade, qualidade e competitividade, marcas de uma economia globalizada. Esse processo de mudanças, associado a uma grande discussão sobre o papel do estado e à crise do welfare state, foi um dos pilares da constituição de uma agenda de reformas, sob inspiração neoliberal. O cenário brasileiro, no final da década de 1970 e início dos anos de 1980, foi marcado por duas tendências complementares e, muitas vezes conflitantes:as conseqüências das medidas de caráter neoliberal, identificadas por medidas de ajuste estrutural, e os processos de redemocratização, com a implementação de inúmeras reformas. 
O papel do Estado em um contexto de ajustes estruturais está estreitamente relacionada aos lemas definidos pelas agências multilaterais em relação às políticas públicas - focalizar, descentralizar e privatizar - temas presentes nos debates sobre as políticas públicas na década de 1990 e, também, no quadro atual.
Um exame dos programas e recomendações das agências multilaterais, como o Banco Mundial, ou de projetos e políticas elaborados por vários governos, mostra a preocupação com esses temas. Segundo essas agências, uma política focaliza e racionaliza a alocação de recursos e os resultados são rapidamente visíveis. Autores críticos desses princípios consideram que a política de focalização, em contraposição às políticas universalistas apresenta [   ] várias vantagens para as elites conservadoras, que geralmente conduzem as reformas.
Em primeiro lugar os benefícios focalizados reduzem custos; os setores no extremo da pobreza são conquistáveis com recursos limitados. Afinal, pobre custa pouco, muito pouco. Em segundo lugar, racionalizam a velha política de clientela. Benefícios dirigidos e particularizados não correm o risco político de serem confundidos com medidas que criam direitos universais ou bens públicos, sempre submetidos, estes últimos, a demandas de extensão e generalização. Permitem também a distribuição mais discricionária dos recursos. 
Além de seletivos (e por causa disso), têm mais chance de impor condições à concessão, dando forma mais clara às manifestações de gratidão dos beneficiados (MORAES, 2001, p.66).
A política pública, ao focalizar grupos, recursos e benefícios, substitui a política de acesso universal pelo acesso seletivo, posto que:
O acesso universal faz com que os serviços sejam considerados direitos sociais e bens públicos. O acesso seletivo permite definir mais limitadamente e discriminar o receptor dos benefícios. [   ] As políticas sociais do neoliberalismo, por sua vez, aproximam-se cada vez mais do perfil de políticas compensatórias, isto é, de políticas que supõem, como ambiente prévio e ‘dado’, um outro projeto de sociedade definido em um campo oposto ao da deliberação coletiva e de planificação. O novo modelo de sociedade é definido pelo universo das trocas, pela mão invisível do mercado (MORAES, 2001, p.66).
Ao focalizar grupos específicos, o modelo preconiza a idéia de “dar a quem mais precisa”, compensando ou reparando seqüelas do passado, idéia presente desde a Antiguidade Clássica que destacava o “tratar desigualmente os desiguais” (CURY, 2005, p.15). Esse tema associa-se aos pressupostos que orientam as ações afirmativas, uma vez que tais ações planejam e atuam no sentido de promover a representação de grupos inferiorizados na sociedade e lhes conferir uma preferência para assegurar seu acesso a determinados bens, econômicos ou não (MOEHLECKE, 2002, p.200).
Outro aspecto a ser destacado refere-se ao crescimento das ações sociais e de caráter público no âmbito da iniciativa privada, entre elas, iniciativas privadas no campo da educação básica pública como a “adoção” 8 de escolas públicas e as parcerias entre as empresas e as escolas, que já contam com muitos adeptos e reiteram o pressuposto neoliberal sobre a inoperância/insuficiência do Estado na gestão escolar. Esse quadro, de certo modo, nos remete à idéia de privatizar, presente nas políticas públicas do contexto neoliberal – que pode ser feita pela transferência ao setor privado da propriedade dos entes estatais (inclusive os entes provedores de políticas sociais, tais como saúde, educação, moradia, assistência social, etc.), bem como pela transferência da operação e/ou gestão destes serviços (MORAES, 2001, p.67).
A redução da capacidade de investimento do Estado na educação superior e outras mudanças, como a interrupção do processo de expansão física da rede federal de ensino superior, em curso, até o final da década de 1970, com repercussões em sua oferta, produziram resultados que vieram reforçar as idéias de focalização e privatização acima destacadas, permeadas pela emergência das ações afirmativas. O foco definido para as políticas públicas do projeto neoliberal foi a educação básica, face a pressão social pela expansão e melhoria desse nível de ensino
No final dos anos de 1980, no governo Collor, as análises sobre o ensino superior destacam o que consideram suas distorções: formação de profissionais desvinculada da geração de riquezas; insuficiente formação na área de ciências exatas e gasto excessivo, em detrimento dos demais níveis de ensino. Para dar conta dessas distorções, foram estabelecidas algumas metas: ampliação do acesso; respeito à autonomia universitária; maior estímulo ao desenvolvimento de pesquisas entre universidades e empresas; ampliação dos programas de pós-graduação; capacitação e valorização dos profissionais de educação. No entanto, o que ocorreu foi o estabelecimento de medidas de favorecimento à expansão do ensino superior privado, situação que se consolidou ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso (1994 – 2002), quando foram acelerados e facilitados os processos de autorização, reconhecimento e credenciamento de cursos e instituições pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) (CORBUCCI, 2004).
Em síntese, dentre os fatores responsáveis pelo avanço do setor privado, no campo da educação superior, destacam-se as imposições do ajuste fiscal dos anos de 1990, momento em que o governo federal não demonstrou capacidade para ampliar os gastos com a educação superior, assumindo o compromisso com a educação básica. 
Embora, em 2002, 70% do total das matrículas do ensino superior estivesse concentrado no setor privado, o modelo de expansão do ensino superior proposto na década de 1990, centrado na iniciativa privada, mostrou limites que poderão comprometer, em breve, a própria sustentabilidade da oferta, tendo em vista a baixa capacidade de demanda da sociedade e dos índices de inadimplência dos estudantes matriculados nas instituições privadas. Ou seja, a simples ampliação da oferta de vagas não é condição suficiente para a democratização do acesso ao ensino superior (CORBUCCI, 2004, p.684, 687). 
Para preencher as vagas ofertadas pelas IES privadas, foi criado o Fundo de Financiamento do Ensino Superior (FIES), em 1999 pelo Governo Federal, com o objetivo de ser auto-sustentado, substituir o Programa de Crédito Educativo (PCE/CREDUC) e financiar o ensino superior de estudantes sem condições de arcar os custos de sua formação, que estivessem regularmente matriculados em instituições privadas cadastradas no Programa e com avaliação positiva nos processos conduzidos pelo MEC. O FIES tem registrado uma participação cada vez maior das IES e dos estudantes do país. Os números do processo seletivo do segundo semestre de 2006, mostram que participam do FIES 1.110 mantenedoras, 1.513 IES, 2.059 campi, 23.035 cursos/habilitações,  além de 449.786 estudantes beneficiados. No entanto, o FIES não consegue absorver a demanda e sequer atinge 10% do total de alunos matriculados no setor privado. Mesmo assim, as análises centradas no FIES devem levar em consideração os eixos que passaram a nortear as políticas públicas a partir de meados da década de 1990, principalmente a idéia de focalização.
A partir de 2005, o FIES passou a conceder financiamento também aos estudantes selecionados pelo PROUNI para recebimento da bolsa parcial de 50%, regularmente matriculados em cursos de graduação. O FIES pode ser utilizado por estes estudantes para pagamento de 25% do valor da mensalidade. Concebido em 2004, no âmbito do governo federal, e implementado em 2005, o PROUNI visa criar condições para o acesso de estudantes carentes ao ensino superior, por meio da oferta de bolsas de estudo, de diferentes modalidades, para instituições mantidas por iniciativa privada. Os bolsistas parciais do PROUNI não participam dos processos seletivos regulares do FIES, sendo designados períodos específicos para concessão do financiamento. 
Em 2003, no início da gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o MEC desencadeou o processo de Reforma da Educação Superior, visando: democratizar o acesso ao ensino superior; inserir a universidade no projeto de desenvolvimento nacional; refinanciar a universidade pública; transformar a universidade pública em referência para toda a educação superior; estabelecer nova regulação entre os sistemas público e privado. O PROUNI, uma das primeiras iniciativas no âmbito da Reforma, pode ser analisado como desdobramento da relação posta aos setores público e privado, como uma política focalizada, de caráter compensatório e, de certa forma, como uma ação afirmativa.

O Programa Universidade Para Todos – PROUNI no campo das políticas públicas
Instituído em setembro de 2004, o PROUNI visa criar condições para o acesso de estudantes carentes ao ensino superior, por meio da oferta de bolsas de estudo, de diferentes modalidades: bolsa de estudo integral concedida a brasileiros não portadores de diploma de curso superior, cuja renda per capita não exceda o valor de até um salário mínimo e meio; bolsa de estudo parcial de cinqüenta por cento concedida a brasileiros não portadores de diploma de curso superior, cuja renda familiar per capita não exceda o valor de até três salários mínimos.
Implantado em 2005, o PROUNI insere-se em um contexto no qual apenas 13% dos jovens de 18 a 24 anos estão matriculados em IES, segundo dados da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios, PNAD (2003).
No conjunto dos países da América Latina, o Brasil apresenta um dos mais baixos índices de acesso, comparado com a Argentina (cerca de 40%), Venezuela (26%) e Chile (20,6%). Tal situação se configura como particularmente desafiadora quando se toma como referência a meta definida pelo Plano Nacional de Educação de 2001, que propõe prover até o final da década a oferta de educação superior para, pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24 anos. 
Além da renda per capitaI, os critérios que norteiam a inscrição do aluno no PROUNI para concorrer a uma
bolsa de estudos são os seguintes: ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2002, 2003, 2004 ou 2005; ter cursado o ensino médio completo em escola pública; ter cursado o ensino médio completo em instituição privada com bolsa integral; ser portador de necessidades especiais; ser professor da rede pública de educação básica, no efetivo exercício do magistério, integrando o quadro de pessoal permanente da instituição, desde que esteja buscando complementar sua formação em cursos de licenciatura ou de Pedagogia. Nesse último caso, não é necessária a comprovação de renda familiar per capita estipulada.
As inscrições para o processo seletivo do PROUNI são efetuadas por meio eletrônico e cabe à IES credenciada oferecer acesso à internet aos candidatos. Ao aderir ao PROUNI, a IES deve conceder uma bolsa de estudo para cada nove alunos regularmente matriculados e, no caso da IES beneficente, o percentual é de uma bolsa para cada quatro alunos matriculados. A concessão de bolsas está limitada a 10% do total de matriculados, devendo a IES atentar para a proporcionalidade em relação aos cursos oferecidos, turnos e unidade administrativa. O processo de seleção de bolsistas deve beneficiar, também, negros e indígenas em igual proporção à sua participação no conjunto populacional, razão para que o Programa seja identificado como ação afirmativa.
As primeiras análises do governo federal são otimistas. No primeiro semestre de 2005, o Programa colocou à disposição 112 mil bolsas de estudos em universidades privadas, sendo 72 mil bolsas totalmente gratuitas. Com essa medida, o governo ampliou em 60% a oferta do ensino superior gratuito em apenas um ano. 
O quadro a seguir mostra a distribuição de bolsas ofertadas pelo PROUNI ao longo de sua existência;
Número de bolsas ofertadas pelo PROUNI – 2005-2007
Ano Número de bolsas
Integral Parcial Total
2005 71.905 40.370 112.275
2006 (1º semestre) 63.536 28.093 91.609
2006 (2º semestre) 36.162 11.897 47.059
2007 (1º semestre) 65.276 43.366 108.642
2007 (2º semestre) 32.355 22.857 55.212
Total 269.234 146.583 415.817
Fonte: MEC, 2008
Para além das bolsas de estudo, integrais ou parciais, o governo federal autorizou, por meio da Medida Provisória 251 de 2005, a concessão da bolsa permanência, no valor de R$ 300,00 (trezentos reais) mensais, exclusivamente para o pagamento de despesas educacionais, para estudantes beneficiários de bolsa integral, matriculados em turno integral. Os estudantes que receberam bolsa parcial podem recorrer ao Fundo de Financiamento do Ensino Superior (FIES). A adesão ao PROUNI permite a IES a isenção do recolhimento de impostos e tributos incidentes sobre as receitas provenientes das atividades desenvolvidas na educação superior (CORBUCCI, 2004, p.694). 

O PROUNI como política focalizada e compensatória, prática privatista e ação afirmativa
Ao proporcionar condições para o acesso de estudantes carentes ao ensino superior privado, por meio da oferta de bolsas de estudo, o PROUNI define como focos de atuação um nível de ensino, o superior, e um segmento expressivo de jovens das camadas populares, egressos de ensino médio oferecido em escolas públicas.
O PROUNI como política focalizada e compensatória
Apresenta-se como estratégia voltada para a “focalização” dos direitos de grupos marcados por carências econômicas e pela vulnerabilidade social. De certo modo, as políticas focalizadas visam corrigir as lacunas deixadas pelas insuficiências das políticas universalistas. 
Sobre o alcance das políticas focalizadas, Cury (2005) destaca que buscam equilibrar uma situação sempre que a balança tender a favorecer grupos hegemônicos no acesso aos bens sociais, conjugando ao mesmo tempo, por justiça, os princípios de igualdade com o de equidade. Ao apontar para a ampliação da escolaridade em nível superior, a política focalizada pretende atender também às solicitações de uma inserção profissional mais qualificada, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico do país e para uma melhor distribuição de renda. Contudo, essas ações focalizadas no ensino superior se dão em um cenário em que os desafios da educação básica persistem, em que pesem as políticas direcionadas das últimas décadas.
Estudos recentes sobre acesso à educação em diferentes faixas etárias revelam que, apesar do significativo crescimento das matrículas e dos índices de conclusão nos ensinos fundamental e médio, decorrentes de políticas de expansão e correção de fluxo, apenas cerca de 27% dos jovens com idade de 18 a 24 anos concluíram o ensino médio. Assim, são poucos os que possuem, do ponto de vista do nível de escolarização alcançado, os requisitos formais para acesso ao ensino superior (ANDRADE e DACHS, 2006).
Por outro lado, a expansão do atendimento não se fez acompanhar de uma oferta de ensino com o nível de qualidade esperado. Nas avaliações de âmbito nacional prevalecem o desempenho insuficiente dos alunos do ensino médio no que se refere ao domínio de conhecimentos básicos para a inserção social e no mundo produtivo. Isto significa que as responsabilidades do Estado com a expansão e a qualidade da educação básica continuam a exigir toda a atenção por ser esta a base indispensável para políticas dirigidas ao ensino superior. Em 2003, a rede pública de ensino era responsável pelo atendimento da grande maioria dos estudantes, com uma cobertura nitidamente diferenciada em função do nível de ensino; 27,3% dos estudantes, no ensino superior; 84,9%, no ensino médio; 89,5%, no fundamental e 76,0%, no pré-escolar (PNAD, 2003).

O PROUNI como ação afirmativa
As políticas universalistas de democratização do ensino, orientadas pela lógica da oferta, a despeito do reconhecido avanço na questão do acesso e da vinculação de recursos, não lograram cumprir a promessa de tratar a todos igualmente e têm alimentado uma forte tendência para a adoção de políticas orientadas pela lógica da demanda, voltadas para o direito à diferença como base do direito à igualdade. 
O número de egressos do ensino médio público, ainda bastante distante das metas nacionais, aumentou consideravelmente no último decênio, composto agora por um contingente maior de representantes dos extratos menos favorecidos da sociedade. Nesse contexto, eleva-se o questionamento do princípio de igualdade de oportunidades que pautou a expansão da escola pública por meio de políticas homogeneizadoras que favoreceram grupos restritos de portadores de privilégios econômicos, sociais e culturais. 
Como já afirmado, a disponibilidade de candidatos qualificados formalmente ao ensino superior é de apenas 27% da população de 18 a 24 anos. Essa restrição fundamental se amplia quando consideradas as 12 de camadas de renda mais baixa da população e o segmento de não brancos (considerados aqui pretos, pardos e indígenas). Quanto ao acesso ao ensino superior, segundo dados do PNAD/IBGE (2003), apenas 5% dos jovens de 18 a 24 anos oriundos de famílias com renda per capita de até um salário mínimo e 5% de não brancos chegam ao ensino superior. 
Uma das idéias mestres da reforma universitária, em processo, em vários países é a democratização do acesso, entre outras medidas, por meio de ações afirmativas seja de caráter racial, social ou de ambas. no âmbito do direito, a igualdade jurídica, segundo a qual a lei deve ser igual para todos, é hoje confrontada com experiências e estudos que demonstram sua insuficiência para, por si só, tornar acessíveis aos indivíduos socialmente desfavorecidos as oportunidades de que gozam os socialmente privilegiados.
No Brasil, políticas de ação afirmativa ganharam destaque pela pressão de movimentos sociais, em especial o movimento negro, com grande penetração social no país. Esses movimentos exercem um esforço meritório no sentido de ampliar a inclusão social no ensino superior e lutar não apenas pelo acesso, mas também pelo acompanhamento e necessário apoio ao estudante dada a diversidade de fatores responsáveis pela evasão. A reserva de cotas raciais para acesso ao ensino superior, público ou privado, vem causando polêmica nos diversos setores da sociedade brasileira, dos acadêmicos aos políticos, dos juristas às organizações não-governamentais. 
Quanto ao mérito para acesso ao ensino superior, o PROUNI concede bolsas de estudos para alunos que tenham se submetido ao Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), com avaliação igual ou superior a 50
pontos. Esses alunos também deverão se submeter a uma seleção na IES, segundo seus próprios critérios.
O PROUNI como prática privatista; a utilização dos recursos públicos na iniciativa privada Ao voltar-se para a solução do problema de escassez de vagas no ensino superior através do incentivo à iniciativa privada, o PROUN resgata as relações entre o público e privado, sobretudo no tocante ao financiamento da educação, uma vez que se registra a transferência de recursos públicos para as empresas privadas de ensino, mediante isenção de recolhimento de impostos e tributos incidentes sobre receitas provenientes de atividades desenvolvidas.
Esse mecanismo de financiamento público indireto para os estabelecimentos de ensino superior privados tem sofrido resistências daqueles que lutam por uma retomada dos investimentos na educação superior pública, após décadas de seu reconhecido processo de descapitalização. Consideram que os recursos que deixam de ser arrecadados poderiam ser aplicados na oferta de vagas em instituições públicas em lugar de comprar vagas ociosas do setor privado, oferecendo um serviço de qualidade duvidosa. Para esses, o PROUNI representa uma medida de recuperação financeira de IES que enfrentam queda na demanda pelos serviços do ensino, quer pelo excesso de vagas criadas, quer pela queda de rendimentos reais da população e o nível elevado de desemprego, responsáveis pela inadimplência e desistência.
Como resposta, dirigentes do MEC argumentam que o grau de evasão fiscal nesse nível de atividades empresarial é tão elevado que o montante não arrecadado seria irrisório comparado ao benefício que a ampliação do acesso no ensino superior poderia oferecer. 
Nesse sentido, o PROUNI é divulgado pelo Governo Federal como uma iniciativa ainda tímida de redistribuição indireta de renda, ao transferir recursos de isenção fiscal para os estratos populacionais menos favorecidos, o que dificilmente ocorreria de outro modo. Ao mesmo tempo, acena com medidas de caráter estrutural como a ampliação de vagas e criação de novas Universidades Federais, nas diferentes regiões do país. 
No entanto, a questão que não se cala é aquela que indaga sobre a qualidade do benefício distribuído pelo PROUNI em nome de maior eqüidade social. Qual é efetivamente a qualidade do ensino oferecido pelas IES privadas participantes do Programa? Como assegurar um padrão mínimo de qualidade? Quais as características e compromissos das IES envolvidas no PROUNI? 
As expectativas colocadas para a Universidade no projeto de desenvolvimento de uma sociedade democrática e justa, ainda que inserida no mundo globalizado com fortes determinantes do mercado, é a de uma instituição em que a formação graduada, pós-graduada, a pesquisa e extensão são articuladas e orientadas por princípios que denotem clara responsabilidade social. A opção por privilegiar IES privadas, cuja maioria são faculdades ou centros universitários, desobrigados da pesquisa e extensão, parece indicar uma opção por flexibilizar e diversificar a oferta de estudos pós-secundários, de menor custo e mais sensíveis às urgências do mercado.
Por outro lado, as ações afirmativas, por definição, devem cumprir um período de vigência determinado, enquanto perdurarem as condições que justificam sua criação. No caso do PROUNI, o contrato de adesão tem validade de dez anos, ficando, porém sujeita a IES ao monitoramento do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), podendo seus cursos serem desvinculados do Programa caso sejam considerados insuficientes por três avaliações consecutivas, sendo redistribuídas as bolsas de estudos vinculadas.
Ao analisar o Programa, do projeto à legislação, no aspecto da renúncia fiscal, CARVALHO (2005) considera que a falta de sanções mais severas pelo descumprimento das regras estabelecidas e o lapso temporal para a avaliação dos cursos podem provocar uma acomodação de interesses em torno do afrouxamento do aparato regulatório estatal e estimular comportamentos oportunistas de IES de qualidade duvidosa. A autora ainda considera que há dúvidas quanto à efetividade do caráter social do Programa uma vez que [....]a população de baixa renda não necessita apenas de gratuidade integral ou parcial para estudar, mas de condições que apenas as instituições públicas, ainda, podem oferecer tais como: transporte, moradia estudantil, alimentação subsidiada, assistência médica disponível nos hospitais universitários, bolsas de pesquisa, entre outros.  

Considerações finais
As análises e considerações realizadas no corpo do presente trabalho ultrapassam em escopo as indagações colocadas como objeto da pesquisa, qual seja, o impacto do PROUNI nas IES e na vida pessoal e escolar dos alunos. Qual é o impacto da adoção do PROUNI no que se refere ao currículo, à organização dos cursos, à criação de instituições de apoio escolar? Quais os desdobramentos para o aluno de sua inserção na universidade? Quais os problemas vivenciados pelos alunos no cotidiano da vida universitária?
Em que medida a inserção na universidade, por meio do PROUNI, propicia a permanência do aluno? Essas são algumas das questões que constituem o pano de fundo do presente projeto.
Constituem, contudo, ainda que mereçam maior aprofundamento, referencial indispensável a uma análise que pretende capturar a complexidade inerente a processos sociais que se desenvolvem em momentos de grandes transformações como o atual. A maioria das análises aponta para as limitações do Programa, particularmente nos aspectos referentes à qualidade da formação acadêmica oferecida aos jovens egressos do ensino médio e, conseqüentemente, à grande possibilidade de se estar mais uma vez contribuindo para alargar a distância social entre os diferentes segmentos da sociedade. Contudo, não há como negar que o momento é de busca de alternativas que permitam sair do imobilismo das constatações, momento de oportunidade para se explorar o surgimento de novas formas de caráter mais híbrido, que articulam práticas de regulação e de emancipação social. Políticas de inclusão social no ensino superior são um desafio a se analisar.

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