sexta-feira, 21 de setembro de 2012


INTRODUÇÃO

O crescente nível de competição tem levado as organizações a desenvolverem estratégias que visam a torná-las menos vulneráveis às mudanças que vêm ocorrendo nos ambientes externo e interno. O processo de globalização (financeiro, produtivo e comercial), a introdução de novas tecnologias e a implantação de novos processos organizacionais levam alguns segmentos a um cenário de fusões, incorporações e reestruturação, com o objetivo de manter a competitividade. Para minimizar os efeitos negativos deste ambiente turbulento, deve-se estimular a elaboração de um planejamento estratégico, e este planejamento precisa ser desenvolvido levando-se em consideração os cenários nos quais a empresa visa a atuar.
No setor supermercadista, o cenário do varejo no Brasil tem se alterado significativamente. O aumento da concentração das vendas em poucas grandes redes de supermercados transformou-se em uma ameaça para os pequenos e médios supermercados independentes.
A formação das redes de empresas visa superar suas limitações individuais, em atividades operacionais, pois sozinhas não garantem as condições suficientes para o seu pleno desenvolvimento e, principalmente, a sua capacidade de atuar em um mundo competitivo. Com isto, as redes, aliam supermercados independentes na busca da eficiência coletiva, gerando sinergia na superação do individualismo.

OS SUPERMERCADOS NO BRASIL

Os supermercados caracterizam-se pelo sistema auto-serviço, check-outs (caixas registradoras sobre balcão na saída da loja) e produtos dispostos de maneira acessível, que permitem aos clientes “auto-servirem-se”, utilizando cestas e carrinhos. O supermercado constitui operação de grande porte, com baixo custo, pequena margem de lucro, grande volume e auto-serviço, que visa à satisfação total das necessidades do consumidor no tocante a alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza e produtos de manutenção do lar. As empresas européias e americanas adquiriram redes nacionais e trouxeram novos equipamentos e estratégias de negócios. O grande número de aquisições de médias empresas pelas grandes redes, causou um aumento da concentração no  setor e pressionou as pequenas lojas, principalmente nos grandes centros urbanos, ocasionando com o fechamento de pequenos supermercados. Com isto, o varejo brasileiro nos últimos anos vem passando por grande reestruturação organizacional e estratégica, devido a profundas transformações que aconteceram, destacando-se as seguintes: acirramento da rivalidade com a entrada de grandes empresas internacionais do setor no mercado nacional; reestruturação patrimonial; inovações organizacionais e tecnologias de automação; fechamento de pontos de venda deficitários, e expansão das lojas com grande área de venda.

SUPERMERCADOS DE PEQUENO E MÉDIO PORTE

Os supermercados de pequeno e médio porte enfrentam dois grandes problemas relacionados à concorrência das grandes redes de supermercados: a concentração e a implantação de novos modelos de lojas. A concentração das grandes redes de supermercados é tida como a maior ameaça para a sobrevivência dos supermercados de pequeno e médio porte. E o maior poder de negociação das grandes redes varejistas passou a pressionar fornecedores e os pequenos supermercados, levantando dúvidas sobre a sobrevivência da maioria das lojas independentes.
O outro problema é a implantação de novos modelos de lojas pelas grandes redes de supermercados. Como estratégia de ampliação da participação de mercado e aumento de faturamento, as grandes redes estão avançando no mercado dos pequenos e médios supermercados. Com a implantação de modelos de lojas menores, de sortimento de produtos limitado e com estrutura de custos enxuta para competir com as lojas tradicionais. Esta grande competitividade impõe reduções graduais de rentabilidade e as grandes redes, pressionadas pela redução da demanda em seus países de origem, são levadas a expandirem-se internacionalmente e com isto provocando o processo de concentração. Este fato é aumentado pelo consumidor querer mais por menos.

O MODELO DAS CINCO FORÇAS DE PORTER
NO SETOR DE SUPERMERCADOS

►Novos entrantes - trata-se de um mercado de livre entrada e saída de empresas e neste caso, configura-se em uma grande ameaça de novos entrantes e difícil imposição de barreiras à entrada dos mesmos. As grandes redes de supermercados assim como outros grupos empresariais estão investindo fortemente em um novo formato de lojas, as Hard-discount,, como o grupo Carrefour, com o Dia e o Econ, configurando uma ameaça de um novo entrante no setor.
►A ameaça de substitutos - esta concorrência pode ser caracterizada como inter-tipo, ou seja, quando diferentes formatos de varejo vendem as mesmas linhas de produtos. Por exemplo, as padarias concorrem com as lojas de conveniência, os hipermercados concorrem com as lojas de departamentos. No setor outras situações que envolvem substitutos referem-se a mudanças de hábitos de consumo, principalmente referente ao preparo de alimentos, a praticidade dos pratos prontos e congelados, a agilidade dos serviços de entregas de refeições em domicílio e o aumento das pessoas que fazem suas refeições fora de casa. Passando a concorrer diretamente com restaurantes de fast-food, restaurantes de comida por quilo, sistemas de compras delivery e o crescimento e desenvolvimento do varejo eletrônico, o e-commerce.
►O poder de negociação dos compradores - com a crescente quantidade de pontos de vendas e os investimentos maciços de empresas multinacionais no setor, aumentou significativamente o poder de negociação de compras dos consumidores, exigindo dos pequenos supermercados independentes uma redução de preços e de rentabilidade, bem como o aumento de seus custos fixos com a prestação de serviços dispendiosos.
►O poder de negociação dos fornecedores - as grandes redes, com o aumento significativo de seu poder de compra, alteraram o jogo a seu favor, diminuindo o poder de negociação dos fornecedores. Já os supermercados independentes a intensidade do poder dos fornecedores vem aumentando fortemente, impossibilitados pela economia de escala e pelos custos de mudança, este segmento enfrenta enormes dificuldades de negociação ao tentar conseguir condições de preços competitivos para enfrentar as grandes redes.
►Rivalidade entre os concorrentes existentes - esta força é muito intensa no setor de supermercados, principalmente após a estabilização econômica conseguida após o Plano Real em 1994 e consiste no uso de táticas de concorrência via preços, campanhas promocionais, lançamento de novos produtos, aumento de serviços, garantias, assistências técnicas e outros.

CENÁRIOS

1 – Estratégia de fusões e incorporações
A concentração no segmento de supermercados é uma tendência mundial. No Brasil, em apenas dez anos, o índice de concentração em relação às cinco maiores redes passou de menos de 30% para mais de 40%. Este fenômeno ainda está a meio caminho se tomarmos como parâmetro os Estados Unidos e a Europa, onde a concentração das maiores redes se aproxima da casa dos 70%. Mas precisamente no Brasil, em 1995, 27,8% do setor supermercadista estavam nas mãos das cinco maiores redes.
Carrefour manteve no ano passado a liderança no ranking de vendas dos supermercados do Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a varejista francesa encerrou 2008 com R$ 22,4 bilhões de faturamento bruto, alta de 16,7% sobre 2007. No segundo posto ficou o Grupo Pão de Açúcar com faturamento de R$ 20,8 bilhões e aumento de 11,2%, seguido do Wal-Mart, com receita de R$ 16,9 bilhões e crescimento de 13%. As posições do Pão de Açúcar e Wal-Mart se mantiveram inalteradas em relação a 2007.
De acordo com a Abras, as três maiores redes concentraram 73,4% do faturamento entre os vinte maiores supermercados do País em 2008, ante 74,6% do ano imediatamente anterior. Segundo a entidade, os maiores crescimentos porcentuais foram da rede Condor Super Center (PR), com alta de 29,4%; Sonda (SP), de 24,6%; Super Muffato (PR), de 24,5%; e GBarbosa (SE), de 24% - que apresentou o quarto maior faturamento do setor em 2008.
Podemos identificar que a estrutura competitiva nesse segmento mostra-se num momento de posicionamento dos principais líderes mundiais no mercado brasileiro. É uma estratégia de marcar presença em um país com uma população de 192 milhões de pessoas, eles buscam consolidar suas presenças nas regiões já ocupadas ao mesmo tempo em que investem em novos mercados e parcerias.
A estratégia de fusão e incorporação pode ser entendida a partir de três enfoques: para os grupos internacionais foi a melhor opção para se estabelecer rapidamente no Brasil; por parte dos grupos nacionais foi a oportunidade de se capitalizarem e para os grupos já instalados no país foi a opção de se expandir em nível nacional.
2 – Estratégia de Segmentação
Analisando-se os supermercados brasileiros, o padrão encontrado é uma mistura de modelos estrangeiros: o modelo americano que se caracteriza pelo grande espaço na área de vendas e o auto-serviço quase que incondicional  - embalagens prontas, pacotes fechados e com o peso aferido sem a interferência ou solicitação especial do cliente, e o modelo europeu que valoriza o atendimento personalizado - padaria e açougue, entre outros setores. Podemos caracterizar as lojas de auto-serviços como: os hipermercados, que mantêm uma área de vendas média de 9 mil metros quadrados e negocia 70 mil itens; os supermercados que têm de 2,5 a 4,5 mil metros quadrados em média e dispõem de um mix de produtos que vai de 12 mil a 20 mil itens.
Os supermercados hoje estão sendo classificados no conceito de lojas de vizinhança, de formato menor e localizadas perto dos fregueses. Esta é uma tendência mundial: na Europa, os hipermercados perdem espaço para os supermercados; as lojas de vizinhança, por sua vez, se segmentam em duas vertentes: direcionada às classes de renda mais alta e uma outra para o segmento popular, no foco das classes C, D e E.
O segmento de varejo popular é o que mais cresce no Brasil. Os principais grupos de varejo em atuação lançam novas bandeiras para alcançar os consumidores de baixa renda com produtos mais baratos, feitos por fabricantes de menor preço, se comparados a empresas líderes, que dominam seus setores de atuação. 
3 –  Estratégia de associações – Associativismo
Como resposta ao nível de concentração no setor, os pequenos e médios supermercados se mobilizam na formação de parcerias para fazer frente à expansão das grandes redes. Com este enfoque surge o associativismo. O objetivo é a permanência no mercado de pequenas e médias empresas e uma alternativa para a profissionalização. Neste sentido, pequenos supermercadistas se unem para formar centrais de compras. A estratégia é criar escala, evitar intermediários e comprar produtos básicos e de alto giro diretamente da indústria, com economia média de 10% no preço. O conceito é justamente reunir forças e criar sinergia entre os associados, desenvolvendo uma melhoria no atendimento e na qualidade dos serviços. A estratégia do associativismo, além de se concentrar na logística e na obtenção de preços melhores nas negociações de compra com os fornecedores, é implementar uma padronização nas lojas, no atendimento e no marketing da rede e por conseqüência na imagem dos associados. Com uma visão de longo prazo, as redes planejam a construção de centro de distribuição e armazenagem e investimentos em tecnologias. Em curto prazo, as redes implementam encartes promocionais em conjunto, uniformes para os funcionários, letreiros para loja e a emissão de cartão de crédito próprio de compra, facilitando o financiamento para os clientes.
 4 – Estratégia de lançamentos de marca própria
 O lançamento de marca própria pelos supermercados é uma tendência mundial. Esta estratégia busca aumentar o poder de força dos supermercados junto aos principais fornecedores e oferecer aos clientes produtos que podem chegar a ser 30% mais baratos em relação à marca líder. O lançamento de produtos com nome próprio visa a fortalecer a marca e a imagem da empresa junto a seus clientes. A estratégia se concentra geralmente nos produtos de alimentação, limpeza caseira, higiene, bazar e têxtil.
 5 - Estratégia de adoção de tecnologias
 O setor de supermercados, no Brasil, é considerado como um dos segmentos que mais utilizam tecnologias na realização dos serviços prestados, mesmo considerando que o uso da tecnologia está sendo mais difundido no sentido de automatizar processos e operações do que propriamente agregar informações para um melhor gerenciamento e condução dos negócios. De acordo com a EAN BRASIL – Associação Brasileira de Automação Comercial, entidade responsável pela administração e implantação do código de barras no país – o setor supermercadista lidera o ranking de segmentos que mais utilizam a leitura óptica.. O uso de tecnologias de informação no setor iniciou-se na retaguarda da organização, nos departamentos de finanças, recursos humanos, contabilidade, e de forma "burocrática" nos setores de compras e controle de estoque. Numa segunda fase deu-se início à automatização das frentes das lojas. Esta etapa culminou com a introdução maciça de tecnologias como: código de barras, leitura óptica/scanners, PDV/check out (com balanças eletrônicas e preenchimento de cheques), etiquetas eletrônicas nas prateleiras, transferência eletrônica de fundos, smartcard e outras tecnologias que objetivam otimizar a passagem dos clientes pelos caixas e tornar os PDV mais produtivos. A importância estratégica do uso de tecnologia pelo segmento de varejo está concentrada em três atividades fundamentais que são: a logística (Supply Chain), a implantação do conceito de ECR (Efficient Consumer Response, ou Resposta Eficiente ao Consumidor) e no Comércio Eletrônico.
Suply Chain -  tem a função de tornar a cadeia de suprimento eficiente, reduzir perdas, evitar a burocracia, garantir o abastecimento e diminuir o preço final do produto. O uso de tecnologias de informação é fator primordial para a eficácia deste novo conceito de administração de compras, estoques e de distribuição. O EDI (Eletronic Data Interchange) é ainda a ferramenta mais importante e mais utilizada na relação entre o supermercado, os principais fornecedores, o Centro de Distribuição (CD) do grupo e as empresas de transportes. Este conjunto de agentes pode ser caracterizado como a estrutura logística da organização. O uso de EDI é utilizado no processo de compras das empresas (comércio eletrônico B2B - business to business). Todo o processo comercial (cotação, orçamento, fechamento do pedido, emissão de ordem de compra e envio de nota fiscal) entre supermercados e fornecedores é realizado de forma eletrônica. A adoção desta estratégia garante um maior dinamismo e eficiência no processo de compra, o que impacta diretamente na diminuição dos níveis de estoque nas lojas e das faltas dos produtos nos pontos de vendas, permitindo uma reposição contínua. Para isto os principais fornecedores devem estar integrados com os principais varejistas e de forma direta ou indireta controlar os estoques nas lojas.
►ECR (Efficient Consumer Response) - O ECR é uma ferramenta estratégica de gestão que tem o objetivo de identificar o perfil dos clientes e suas necessidades. Tem como foco montar o mix ideal de linhas de produtos para cada loja, onda se possa conhecer quais são os produtos mais vendidos por dia de semana e por período do dia (manhã, tarde e noite). Esta ferramenta não só indica o mix de produtos adquiridos pelos clientes como também as relações de categorias vendidas em conjunto.
►Comércio Eletrônico (CE)  - A adoção do comércio virtual, direcionado ao consumidor, é uma estratégia ainda pouco explorada pelo setor supermercadista. De acordo com a revista SuperHiper, de setembro de 2000, em pesquisa realizada junto a 52 redes de varejo, 1% das vendas ocorrem pela Internet e 4% por telefone. A previsão para 2003 é que a Internet seja responsável por 9% das vendas e o telefone e fax por 10%.
6 – Emprego no Setor
Fusões, incorporações, adoção de novas tecnologias, enfoque logístico, lançamento de marcas próprias e comércio eletrônico são estratégias que podem garantir um aumento no faturamento e a elevação dos lucros. Entretanto, neste cenário, não está claro qual o novo papel a ser desempenhado pelo trabalhador e qual o benefício que o mesmo terá direito. Se, pelo lado da gestão, a visão torna-se mais profissional, deixando o lado mais familiar da gerência em um segundo plano, no enfoque operacional as mudanças ocorrem através da terceirização da mão-de-obra e do afastamento do prestador de serviços de dentro da loja. Hoje, um dos únicos contatos da organização com os clientes são os operadores de caixas. Isto tem como conseqüência uma elevada diminuição da importância do trabalhador nas estratégias da organização.
7 – Comportamento do Consumidor
Realizar compras mensais nos supermercados, com carrinhos cheios, não é mais tão comum. Hoje, os consumidores vão mais vezes aos estabelecimentos e levam menos produtos para casa. Quando os preços nas gôndolas mudavam da noite para o dia, nos anos 1980, o consumidor não perdia tempo e levava o que podia, enchendo o carrinho. Os altos índices de inflação e a possibilidade de não encontrar os produtos na prateleira fizeram com que a visita ao supermercado se limitasse a uma vez por mês. Hoje, os tempos são outros. Apesar da crise, a instabilidade econômica brasileira pertence ao passado e os índices de inflação estão controlados. Com isso e com o aumento da renda verificado nos últimos anos, o consumidor vai seis vezes ao supermercado, porém, as compras são menores: a prioridade são os produtos que vão suprir necessidades pontuais.
Hoje, os supermercados são responsáveis por 75% do abastecimento da população, mas, na década de 60, esses estabelecimentos só respondiam por 15% do abastecimento. De acordo com estudo realizado pela Nielsen, os supermercados costumam ter a preferência de quem quer comprar produtos de beleza e higiene. O estudo revelou que, entre 2007 e 2008, o brasileiro deixou 54% do total gasto com esse tipo de produto nesse tipo de estabelecimento. No período, o número de consumidores que vão até o supermercado para esta finalidade subiu 5% entre 2007 e 2008. A frequência com que o consumidor comprou produtos de higiene e beleza nesses estabelecimentos, porém, diminuiu 7%. As bebidas, puxadas em grande parte pelo significativo aumento no consumo de cervejas, cujo crescimento em volume foi de 5,1% em razão do aumento no consumo da bebida nas residências (decorrência da famosa “lei seca”), elevaram sua participação no faturamento dos supermercados de 10,7% no ano retrasado para 11,3% no ano passado.
8 – Regulamentações
Há varias regulamentações que envolve o setor supermercadista e o varejo, dentre elas destacamos: o Anexo I – Check-out da Norma Regulamentadora – NR 17 sobre ergonomia (Portaria n° 8 do Ministério do Trabalho), criada para o varejo e o atacado com o objetivo de estabelecer parâmetros e diretrizes mínimas para a adequação ergonômica das condições de trabalho dos operadores de check-outs. Portanto, é necessária toda a atenção a essa norma, que pode ser entendida como uma evolução natural das regras de relação no trabalho, visando à qualidade de vida e segurança dos operadores de check-outs, por meio dos conceitos ergonômicos. Fique atento às mudanças no mobiliário e equipamento de check-out: atender às características dos trabalhadores (áreas de visão e manipulação), verificando distâncias e alturas; assegurar postura nas posições sentada e em pé; garantir espaço adequado para movimentação; manter cadeira de trabalho; colocar apoio para os pés; adotar sistema com esteira eletromecânica nos check- outs com comprimento de 2,70 m ou mais; entre outras condutas; e que há quase quatro anos, o setor supermercadista obteve grande avanço no âmbito da precificação de produtos. Por meio da lei nº 10.962, sancionada pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 11 de outubro de 2004, os supermercados deixaram de ter a obrigação de marcar os preços dos produtos em todos os itens, dispondo de recursos alternativos como código referencial e código de barras. A lei, conforme o seu art. 1°, veio para regular as condições de oferta e afixação de preços de bens e serviços para o Consumidor. Assim, além da precificação direta ou impressa na própria embalagem — recurso ultrapassado — os supermercados puderam avançar dispondo das conhecidas etiquetas de gôndola (código referencial) e dos leitores óticos. As novas maneiras de precificar permitiram ao setor reduzir custos, além de conferirem maior agilidade na realização de ofertas promocionais no ponto-de-venda, proporcionando maior segurança e rapidez ao Consumidor e para as suas compras.


9 – Tendências Futuras
Existe a tendência de que, em alguns supermercados, os clientes cadastrados já levem no carrinho de compras um leitor portátil de código de barras, onde o próprio cliente passará as mercadorias na frente desse leitor. Ao chegar ao caixa, as informações armazenadas no aparelho serão transferidas instantaneamente, para o terminal PDV. Bastará, então, efetuar o pagamento e empacotar as compras, o que diminuirá o tempo gasto nas filas, fortalecendo ainda mais o auto-atendimento.
O varejo é um dos setores mais sensíveis às mudanças no perfil do consumidor. É onde se percebe mais rapidamente as transformações na renda e no comportamento de compra. Os supermercados, por exemplo, estão tendo de se reinventar para atender um novo mercado. O grupo Pão de Açúcar lançou no ano passado a bandeira Extra Fácil, para lojas com área de no máximo 200 metros quadrados. A nova marca do grupo é um misto de padaria e loja de conveniência, instalado em áreas de passagem (próximas, por exemplo, às estações do metrô) e nos bairros de renda mais alta. "Notamos que os solteiros e os sem-filhos não costumam ir a um grande supermercado", diz Sylvia Leão, diretora da Extra Fácil. Boa parte dos 3 000 itens oferecidos nas lojas é vendida nas menores porções disponíveis pelos fabricantes. Pode parecer um mercado pequeno, mas não é. O Carrefour testa em Porto Alegre o mesmo estilo de loja, sob a marca Carrefour Express. Os dois varejistas não estão inventando a roda.
Os supermercados de bairro têm crescido, atendendo o consumidor que realiza compras de primeira necessidade e oferecendo uma diversidade de serviços, como o recebimento de contas bancárias, de caixas eletrônicos, recarga de celulares, o que contribui para o crescimento da atividade. O segmento vem procurando agregar valor e atingir uma maior eficiência operacional, através do uso de tecnologias de informação, que viabilizam novos canais de venda e servem de mecanismo para o aprimoramento da governança, entre outros fatores, tais como uma direção mais profissional.
Outro movimento importante que vem ocorrendo nas redes de supermercados, principalmente entre as líderes, é a estratégia de ampliar as vendas dos não-alimentos, com receitas e margens diferenciadas. Nos últimos anos, foi relevante o crescimento das linhas de eletrodomésticos, eletrônicos e de produtos de informática. Na busca por serviços adicionais, as redes entraram em novos negócios, como postos de combustíveis, farmácias, agências de turismo e laboratórios digitais. Para melhorar a produtividade das operações, as grandes redes investem em treinamento de funcionários, programas de prevenção de perdas e desperdícios e gestão mais eficiente.

9 - Opinião dos especialistas

Os especialistas acreditam que o comércio eletrônico não prevalecerá em relação às lojas físicas, mas consideram também que a compra virtual, inclusive de alimentos, deverá crescer. Silvio Laban, vice-coordenador do Centro de Excelência de Varejo da FGV-SP, lembra que só agora começa a entrar no mercado de trabalho o público que era criança em 1994, quando a internet foi introduzida no Brasil. Para essa moçada, o acesso à web é algo natural. Ou seja, cresceram acostumados a ela. Portanto, conforme forem conquistando maior poder aquisitivo, tenderão a comprar mais pela internet. “E isso abre um desafio às lojas físicas: o de criar uma experiência de compras que supere a comodidade da compra virtual”, diz o especialista. Usar a tecnologia dentro dos supermercados é outra alternativa. Na Future Store, mantida pelo grupo alemão Metro, já existem ensaios para garantir uma boa experiência. A loja emprega tecnologia para criar uma “ambientação” sonora. “Na área da peixaria, por exemplo, o consumidor ouve barulho do mar. Já na seção de bicicletas encontra sons de natureza”, conta Laban. Alejandro Padron, executivo de consultoria da IBM, também aposta na tecnologia para atrair clientes até a loja. Ele afirma que um sistema de informática permitirá que o supermercado identifique a presença dos consumidores na vizinhança, a partir de seu cartão fidelidade. Nele, haverá dados sobre as últimas compras, permitindo que o computador envie para o celular do cliente informações de descontos, novas versões, etc, dos produtos que ele mais consome.
O mix será especializado, segundo Fernando Fernandes, sócio da consultoria Booz & Company, essa especialização será vista principalmente nas redes médias. “Elas deverão atuar com nichos. E isso vai exigir mix e atendimento voltados para grupos específicos de clientes, estilos de vida ou regiões”, afirma. Para ele, essa será a maneira de as empresas sobreviverem no mercado. Afinal, elas não possuem a mesma escala de compras e operação dos grandes grupos nem o baixo custo operacional dos pequenos supermercados. Fernandes conta que a Whole Foods, dos EUA, é um exemplo de rede especializada. Trabalha com produtos orgânicos e naturais.
Supermercado pequeno voltado para conveniência, com alimentos prontos e semi-prontos, já é uma realidade e deverá se proliferar ainda mais daqui para frente. “Com lojas pequenas e bem focadas, será fácil e rápido mudar o mix e a exposição, de acordo com as necessidades do consumidor”, afirma Alejandro Padron, da IBM. Ele lembra que a 7-Eleven do Japão já trabalha dessa forma. Na parte da manhã, são expostas apenas soluções para o café matinal. Depois, entram os pratos para o almoço e, à noite, as refeições do jantar. Na pesquisa feita por SM, 55,3% dos respondentes acreditam nesse tipo de mudança. Para eles, a exposição e o layout poderão mudar automaticamente em função, por exemplo, de campanhas promocionais.
Ao mesmo tempo em que acreditam em mais fusões e aquisições, os varejistas também consideram provável uma pulverização do setor. Parece contraditório, mas os especialistas garantem que faz sentido. De um lado, teremos grandes redes adquirindo empresas em locais onde ainda não atuam e em regiões em crescimento. “A concentração acontecerá em um ritmo menor do que a do início dos anos 1990. E aquele cenário de ultraconsolidação, que chegou a ser previsto, dificilmente acontecerá”, comenta Fernandes. Ao mesmo tempo, segundo ele, as lojas independentes continuarão ocupando espaços que os grandes não conseguem, como bairros distantes. “E aí forma-se o ciclo: o pequeno cresce e se torna médio, que se especializa em um nicho e depois é comprado por um grande. O mercado é assim dinâmico”, conclui Fernandes.









Fontes de Pesquisa:
ü      Revista da Administração, São Paulo v35, n4, p.72-83, outubro/dezembro 2000
ü      Tendências e paradoxos do varejo no Brasil – Luiz Carlos Bresser Pereira
ü      Modernização produtiva dos supermercados: a adoção de tecnologias de informação e comunicação – Lídia Micaela Segre e Roberto Moura Bastos
ü      Uma análise do segmento de supermercados: estratégias, tecnologias e emprego – Alexandre Werner e Lídia Micaela Segre
ü      InfoMoney  - Consumidores vão mais vezes aos supermercados, mas compram menos – 25/08/09
ü      Revista Exame – on line
ü      Valor Econômico – on line
ü      Carta Capital – on line
ü      Simpo 1 – 2009 –  A competitividade das centrais de negócios de supermercados independentes - Alexandre Silva de Barros
ü      Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS
ü      Veja – on line
ü      APAS – Associação Paulista de Supermercados – on line
ü      Supermercado Moderno – on line

domingo, 16 de setembro de 2012

LOGÍSTICA REVERSA







LOGÍSTICA &
CADEIAS DE SUPRIMENTOS





LOGÍSTICA  REVERSA







ARTIGOS COMPLEMENTARES
















1)  FILOSOFIAS E CONCEITOS DA
 LOGISTICA REVERSA NA SUPLLY CHAIN.

A logística reversa vem despertando um interesse crescente nas organizações empresariais e nas pesquisas científicas, uma vez que torna possível melhorar o desempenho e a competitividade das organizações. Dentro desta ótica, a logística reversa e o estudo dos canais de distribuição reverso, se destacam como uma nova área de estudo da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros.



O fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas. As siderúrgicas usam como insumo de produção, em grande parte, a sucata gerada por seus clientes e, para isso, usam centros coletores de carga. A indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria-prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.

Existem ainda outros setores da indústria nos quais o processo de gerenciamento da Logística Reversa é mais recente, como na indústria de eletrônicos, varejo e automobilística. Esses setores também têm de lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devolução de clientes ou do reaproveitamento de materiais para produção. Esse não é nenhum fenômeno novo e exemplos como o do uso de sucata na produção e reciclagem de vidro tem sido praticado há bastante tempo. Por outro lado, tem-se observado que o escopo e a escala das atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens têm aumentado consideravelmente nos últimos anos.

As empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, tais como: latas de alumínio, garrafas plásticas, caixas de papelão, entre outras, que, por sua vez, passaram a se destacar como matérias-primas e deixaram de ser tratadas como lixo. A logística reversa está presente no processo de reciclagem, uma vez que esses materiais retornam a diferentes centros produtivos em forma de matéria-prima.

Segundo LACERDA (2004), os processos de Logística Reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de Logística Reversa.

Dentre as definições de logística reversa esta a de. STOCK (1992:73), definição:

“Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura....”

De acordo com LACERDA (2004), os clientes valorizam as empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso garante-lhes o direito de devolução ou troca de produtos. Esse processo envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto.

Dessa forma, empresas que possuem um processo de Logística Reversa bem gerido, tendem a se sobressair no mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes. Preocupadas com questões ambientais as empresas estão cada vez mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. Isso se torna cada vez mais claro quando se observa um crescimento considerável no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais.

Segundo GRIPPI (2001), o lixo é a matéria-prima fora de lugar. A forma com que uma sociedade trata seu lixo, dos velhos, dos meninos de rua e dos doentes atesta seu grau de civilização, o tratamento do lixo doméstico e industrial, alem de ser uma questão com implicações tecnológicas, é antes de tudo uma questão cultural.

É fundamental, porém, que a reciclagem seja percebida em toda sua complexidade, e não apenas como única e inquestionável alternativa. O principal enfoque da reciclagem como instrumento para combate à crise ambiental deve se dar muito menos do ponto de vista da mitigação do esgotamento de recursos, da economia, de energia ou redução de impacto; seu grande valor está no potencial de sensibilização e mobilização dos indivíduos e coletividades em relação à necessidade de desenvolver uma visão crítica dos processos de produção e consumo.

Segundo NETTO (2004), o Brasil é atualmente o país que possui o maior índice de reciclagem de embalagens de alumínio do mundo. De acordo com a Associação Brasileira de Alumínio (ABAL), 87% de todas as latas consumidas no período (cerca de 9 bilhões de unidades) foram reaproveitadas pela indústria, gerando faturamento de R$ 850 milhões e 152 mil empregos diretos e indiretos. A reciclagem proporcionou também economia de 1,7 mil Gigawatts hora/ano, correspondendo a 0,5% de toda a energia gerada no país e suficiente para abastecer a cidade de Campinas, com 1 milhão de habitantes.

Como exemplo da relevância da logística reversa, tem-se que no ano de 2000 o Brasil reciclou mais de 7,4 bilhões de latas de alumínio, que representa 111 mil toneladas. O material é recolhido e armazenado por uma rede de aproximadamente 2 mil sucateiros, responsáveis por 50% do suprimento de sucata de alumínio à indústria. Outra parte é recolhida por supermercados, escolas, empresas e entidades filantrópicas. O mercado brasileiro de sucata de latas de alumínio movimenta US$ 129 milhões por ano. As latas corresponderam a 82,3 mil das 182 mil toneladas de sucata de alumínio disponíveis para reciclagem em 1999. Com liga metálica mais pura, essa sucata volta em forma de lâminas à produção de latas ou é repassada para fundição de autopeças. Em 1999, o índice foi de 73%. Os números brasileiros superam países industrializados como Inglaterra e Alemanha (Reciclagem, 2002).

Apesar de sua recente história, a indústria do plástico é dos setores da economia que mais se desenvolveu nos últimos anos em todo o mundo. No Brasil, produção desse material apresenta números bastantes expressivos:

Ø Mais de 6 mil empresas transformadoras de plástico no mercado nacional.
Ø Faturamento global do setor de aproximadamente US$ 5 bilhões/ ano.
Ø Geração de 200 mil empregos diretos. ³


Diante da realidade do comércio mundial, onde uma das características básicas é o dinamismo, transformando o novo em ultrapassado num espaço de tempo relativamente curto, somado às crescentes exigências dos consumidores, assim como o acirramento da concorrência, a sobrevivência da empresa baseia-se na sua capacidade de atender todas essas exigências sem, no entanto, perder o foco no seu objeto principal, ou seja, na qualidade de seus produtos ou serviços sempre buscando, mais do que a satisfação de seus clientes.

Com a necessidade de encontrar estratégias eficazes muitas empresas acabaram por absorver uma gama de teorias administrativas que foram surgindo na tentativa de instrumentalizar às empresas para enfrentarem o novo contexto mercadológico, ao ponto de provocarem um desgaste tanto de seu pessoal quanto de seus clientes. Muitas vezes as novas teorias fracassaram por falta de conhecimento ou por pouco comprometimento de todos os setores da empresa.

No sucesso comprovado de algumas empresas outras tantas tentaram implantar a logística, no entanto, na falta ou pouco conhecimento sobre os fatores que implicam no processo logístico, recursos foram desperdiçados e o foco principal da empresa foi descaracterizado.

No caso da logística reversa, verifica-se que diante das ações que visam à preservação do meio ambiente, visando o desenvolvimento sustentável, o planejamento eficiente da mesma tornou-se fundamental não só para as empresas, mas também para a sociedade como um todo.


Pelo exposto, considera-se que a qualificação da Logística Reversa pode vir a contribuir de forma significativa para o incremento da reutilização de materiais recicláveis, mas com necessários esforços para o aumento de eficiência, com iniciativas para melhor estruturar tais sistemas de logística reversa.

A revalorização legal dos resíduos de pós-consumo, operacionalizada pela logística reversa, resolve o problema da destinação dos resíduos garantindo o seu retorno ao ciclo produtivo e de negócios e, ao mesmo tempo, obedece às legislações vigentes, além de considerar a obtenção de competitividade através da otimização dos recursos naturais, transformando resíduos em matéria-prima novamente.

De acordo com a afirmação de Leite (2003), empresas fabricantes de produtos que impactem negativamente o meio ambiente, serão, afetadas por legislações restritivas às suas operações e oneradas em custos que podem ser evitados, tendo também sua imagem corporativa prejudicada perante a sociedade. Este problema pode ser evitado se as empresas anteciparem-se e adotarem em suas operações a logística reversa. Esta pode ser viabilizada estabelecendo-se parcerias para constituir redes logísticas reversas, reaproveitando recursos existentes, projetando novos produtos que utilizem resíduos, agregando valor aos resíduos e comercializando-os no mercado secundário.

Conclui-se que a logística reversa proporciona vantagens competitivas para a organização tanto em termos financeiros, ao reduzir os custos com embalagens, como também fortalecendo sua marca ao implementar um projeto que respeita o meio-ambiente e procura um resultado sustentável.


REFERÊNCIAS

NETTO, R. M. Logística reversa: uma nova ferramenta de relacionamento.
In: www.guialogística.com.br. Acesso em 14 mai./2004.
STOCK, J. R & LAMBERT, D. M. Becoming a World Class Company with Logistics Service Quality.
International Journal of Logistics Management, vol. 3, n. 7, 1992, pp. 73- 81.
LACERDA, L. Logística Reversa - uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. In: http://www.coppead.ufrj.br/pesquisa/cel/new/fr-ver.htm. Acesso em 04 Fev./2004.
___________ Reciclagem. In: http://www.reciclagem.com.br. Acesso em 10 mar./2004.
GRIPPI, S. Lixo, reciclagem e sua história – Guia para as prefeituras brasileiras. Edit. Interferência.
LEITE, Paulo Roberto. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo Prentice Hall, 2003.
Internet
http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR560372_8550.pdf
http://www.facef.br/rea/edicao07/ed07_art03.pdf
http://www.jotmi.org/index.php/GT/article/viewFile/cas2/47





2) Logística Reversa Renato Dias Ribeiro


A logística reversa é a área da logística que trata dos aspectos de retornos de produtos, embalagens ou materiais ao seu centro produtivo. Apesar de ser um tema extremamente atual, esse processo já podia ser observado há alguns anos nas indústrias de bebidas, com a reutilização de seus vasilhames, isto é, o produto chegava ao consumidor e retornava ao seu centro produtivo para que sua embalagem fosse reutilizada e voltasse ao consumidor final. Esse processo era contínuo e aparentemente cessou a partir do momento em que as embalagens passaram a ser descartáveis. Contudo, empresas incentivadas pelas Normas ISO 14000 e preocupadas com a gestão ambiental, também conhecida como "logística verde", começaram a reciclar materiais e embalagens descartáveis, como latas de alumínio, garrafas plásticas e caixas de papelão, entre outras, que passaram a se destacar como matéria-prima e deixaram de ser tratadas como lixo. Dessa forma, podemos observar a logística reversa no processo de reciclagem, uma vez que esses materiais retornam a diferentes centros produtivos em forma de matéria prima.
CUSTOS
Segundo LACERDA (in CEL 2000), os processos de logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. O reaproveitamento de materiais e a economia com embalagens retornáveis têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas e esforços em desenvolvimento e melhoria nos processos de logística reversa. Também não podemos ignorar os custos que o processo de logística reversa pode acarretar para as empresas, quando não é feito de forma intencional, isto é, na citação acima percebemos que a logística reversa é utilizada em prol da empresa, transformando materiais, que seriam inutilizados, em matéria-prima, reduzindo assim, os custos para a empresa. Acontece que o contrário também pode acontecer, e é o que notamos com mais freqüência, isto é, materiais que voltam aos seus centros produtivos devido às falhas na produção, pedidos emitidos em desacordo com aquilo que o cliente queria, troca de embalagens, etc.Este tipo de processo reverso da logística acarreta custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que processos como armazenagem, separação, conferência e distribuição serão feitos em duplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados.
CONCORRÊNCIA
LACERDA (in CEL 2000) defende que os clientes valorizam empresas que possuem políticas de retorno de produtos, pois isso, garante-lhes o direito de devolução ou troca de produtos. Este processo envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados, bem como um novo processo no caso de uma nova saída desse mesmo produto. Dessa forma, empresas que possuem um processo de logística reversa bem gerido tendem a se sobressair no mercado, uma vez que podem atender aos seus clientes de forma melhor e diferenciada de seus concorrentes.
LOGÍSTICA VERDE E QUESTÕES AMBIENTAIS
Preocupadas com questões ambientais, as empresas estão cada vez mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. Isto se torna cada vez mais claro quando observamos um crescimento considerável no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais. Um exemplo dessa preocupação é o projeto Replaneta, que consiste em coleta de latas de alumínio e garrafas PET, para posterior reciclagem, e que tem como bases de sustentação para o sucesso do negócio a automação e uma eficiente operação de logística reversa (MALINVERNI, 2002.). As novas regulamentações ambientais, em especial as referentes aos resíduos, vêm obrigando a logística a operar nos seus cálculos com os "custos e os benefícios externos". E, em função disto, entende-se que a logística verde pode ser vista como um novo paradigma no setor. De acordo com ALCOFORADO (2002), a logística verde ou ecológica age em conjunto com a logística reversa, no sentido de minimizar o impacto ambiental, não só dos resíduos na esfera da produção e do pós-consumo, mas de todos os impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos.

LOGÍSTICA REVERSA NO BRASIL
No Brasil ainda não existe nenhuma legislação que abranja esta questão, e por isso o processo de logística reversa está em difusão e ainda não é encarado pelas empresas como um processo "necessário" , visto que a maioria das empresas não possui um departamento específico para gerir essa questão; assim, algumas Resoluções são utilizadas, como, por exemplo, a Conama nº258, de 26/08/99, que estabelece que as empresas fabricantes e as importadoras de pneus ficam obrigadas a coletar e a dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis, proporcionalmente às quantidades fabricadas e importadas definidas nesta Resolução, o que praticamente obriga as empresas desse segmento a sustentarem políticas de logística reversa. BARBIERI e DIAS (2002). Este conceito está em constante crescimento no Brasil e no mundo, e fica claro que as empresas, cada vez mais, têm se preocupado em considerar os custos adicionais e as reduções de custos que este processo pode ocasionar.
CONCLUSÃO
Na verdade, todas as empresas trabalham com o conceito de logística reversa, porém nem todas encaram esse processo como parte integrante e necessária para o bom andamento ou para o aumento nos custos das empresas. Apenas utilizam o processo e não dispensem maior importância e nem investem em pesquisas para o mesmo. Uma empresa que recebe um produto como fruto de devolução por qualquer motivo já está aplicando conceitos de logística reversa, bem como aquela que compra materiais recicláveis para transformá-los em matéria-prima novamente. Esse interessante processo pode ser visto pelas empresas com enfoques diferentes, ou seja, para algumas, esse processo trará benefícios diversos, a começar pela redução de custos, enquanto que para outras pode ser um grande problema, pois representa custos que precisam ser controlados. No segundo caso, observamos que, nas empresas onde o processo de logística reversa representa custos, existe uma grande preocupação com o processo, para que ele seja extremamente controlado, a fim de que esses custos sejam reduzidos, uma vez que a extinção do processo de logística reversa numa empresa é praticamente impossível.
BIBLIOGRAFIA
http://www.logweb.com.br/artigos/arquivo/art0001703.htm, Acessado em 28 nov. 2003
LACERDA, Leonardo. Logística Reversa, uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. Centro de Estudos em Logística - COPPEAD - UFRJ - 2202. www.cel.coppead.efrj.br
MALINVERNI, Cláudia. Tomra Latasa: A logística da reciclagem. Revista Tecnologística, São Paulo, Ano VIII, nº 80. Julho 2002.
BARBIERI, José Carlos., DIAS, Marcio. Logística Reversa como instrumento de programas de produção e consumo sustentáveis. Revista Tecnologística, São Paulo, Ano VI, nº 77. Abril 2002.


        
3) A CADEIA DE SUPRIMENTOS  &  
A  LOGÍSTICA REVERSA.

A CADEIA DE SUPRIMENTOS         
O gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) é a prévia da distribuição física, e a sua característica compreende em auxiliar as organizações a identificarem melhores fornecedores e distribuidores, aumentando assim diretamente a sua produtividade e consequentemente a lucratividade.
         As ferramentas do SCM têm contribuído para que as empresas proporcionem a seus clientes produtos e serviços de uma forma rápida, com maior qualidade e competência, gerando maiores lucros e principalmente minimizando seus custos operacionais (Kotler & Keller, 2006).
         Conforme Fleury (1999), SCM consiste no estabelecimento de relações de parcerias de longo prazo, entre os componentes de uma cadeia produtiva, que passarão a planejar estrategicamente suas atividades e partilhar informações de modo a desenvolverem suas atividades logísticas de forma mais integrada.
         O conceito de logística está diretamente ligado ao conceito de supply chain management. Neste sentido, entende-se que as empresas que pretendem otimizar seus processos logísticos buscam também adicionar valor aos produtos e serviços ofertados aos seus fornecedores e clientes, aumentando assim sua participação de mercado (Leite, 2003).
         A logística deve ser vista como um processo abrangente que integra o fluxo de materiais desde a fase de projeto e planejamento de um produto, desenvolvimento de fornecedores, recebimento de matérias-primas e componentes, produção, armazenagem, distribuição e transporte, de forma a atender as necessidades do cliente (Bowersox & Closs, 2001).
         Toda a responsabilidade pelas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, é atribuída à logística, assim como seus fluxos de informações que colocam os produtos em movimento com o propósito de obter níveis de serviços adequados aos clientes a um custo razoável (Ballou, 2001).
         Sendo assim, a logística assume uma importância maior no âmbito da empresa, uma vez que os custos, especialmente os de transporte, vão crescendo de proporção na estrutura total de custos, e através de um bom planejamento logístico que ocorrerão as mudanças tecnológicas e sistêmicas, condições básicas para o sucesso de qualquer área que procure melhoria contínua da qualidade.
         Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística têm por finalidade atingir uma qualidade pré-definida de serviços ao cliente por meio de uma competência operacional, equilibrando as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio.
         Segundo Bertaglia (2003), dentre esses principais ganhos estão às entregas mais rápida de acordo com a demanda, a redução dos custos operacionais, o aumento da produtividade e o giro de mercadorias objetivando a redução de estoques, a redução de perdas, o melhor aproveitamento da área interna da empresa, o compartilhamento dos dados de venda com toda a rede.
         Além desses ganhos as empresas buscam na logística criar áreas que cuidam com exclusividade dos serviços de pós-venda objetivando reintegrar ao ciclo dos negócios e/ou produtivo os produtos que por algum motivo venham a apresentar qualquer tipo de defeito. Isto resulta do reconhecimento de que o processo de devolução de um produto, nos casos de defeitos de fabricação ou de erros no processamento do pedido, tem provocado grande insatisfação ao consumidor final.
         Diante deste contexto surge à logística reversa, uma nova área da logística empresarial que atua de forma a gerenciar e operacionalizar o retorno de bens e materiais após a sua venda e consumo, às suas origens, por meio dos canais de distribuição, possibilitando às empresas agregar valor a esses produtos.



- A LOGÍSTICA REVERSA
O entendimento da importância da Logística Reversa inserida no contexto organizacional como estratégia competitiva é visto sobre vários pontos de vista diferentes, dentre eles o foco estratégico, ambiental, financeiro e social. Por isso existe a necessidade em se buscar no conteúdo histórico da logística empresarial a verdadeira contribuição que a logística reversa tem dado às organizações como forma de agregar valor aos bens que retornam pelo seu canal reverso de distribuição (CDR´s) à cadeia de suprimentos, ainda mais que esses canais têm sido pouco estudados e explorados pelas empresas, o que contribui para a inexistência de informações sobre eles na literatura especializada.
         Enquanto a Logística tradicional trata do fluxo de saída de produtos, a Logística Reversa tem que se preocupar com o retorno de produtos, materiais, e peças ao processo de produção da empresa.
         A logística empresarial, com foco na logística Reversa, vem sendo encarada pelas empresas como estratégias organizacionais na busca de vantagem competitiva, assegurando a estas alcançarem elevado market share (fatia do mercado), o que contribui consideravelmente para o alcance da produtividade e da lucratividade (Kotler & Keller, 2006).
         Com base nesse contexto, a partir de uma discussão, este estudo tem como objetivo compreender o conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM), sua importância para a logística empresarial, bem como identificar na logística reversa um serviço diferenciado que traga às organizações que dela fazem uso, vantagem competitiva no atual mercado negócio ao qual essas empresas estão inseridas
         O atual avanço tecnológico por que passa determinados produtos, impulsionado pela globalização, têm contribuído para a redução do seu ciclo de vida, principalmente na área da informática e eletroeletrônico, sem dizer em setores que gerenciam produtos de alto valor agregado, ocasionando constantes inovações em suas linhas de produção (Bowersox e Closs, 2001).
         Neste contexto, destacam-se aquelas organizações que possuem em seu portifólio de serviços a logística reversa, se posicionando como solução comercial adequada aos processos de pós-consumo ou de pós-venda, contribuindo para agregar valor aos produtos que já possuem uma política clara de devolução, por razões comerciais, legais (código de defesa do consumidor), operacionais (erros de processamento dos pedidos ou avarias no transporte) ou ambientais (descarte adequado).
         Chama a atenção atualmente a existência de uma política voltada para questões ambientais que esteja responsabilizando as empresas a terem um controle mais rigoroso e adequado sobre o ciclo de vida de seus produtos, ou seja, não somente a responsabilidade direta sobre o serviço de entrega, mas também sobre o que fazer quando um produto precisa ser descartado pela sociedade ou mesmo passar por um processo de manutenção.
         O escopo da logística reversa de pós-venda para Leite (2003) consiste numa estratégia de planejamento da operação e do controle do fluxo de retorno dos produtos de pós-venda devolvidos por motivos diversos. Neste caso, a logística reversa torna-se uma ferramenta de diferenciação e complementar da logística empresarial, contribuindo essencialmente para o desenvolvimento sustentável, pela recuperação de valor e da imagem institucional das empresas envolvidas no processo.
         Para Leite (2003), independente das definições sobre os canais de distribuição reversos (CDRs), estes têm sido pouco estudados até o momento, contribuindo para a inexistência de informações sobre eles na literatura especializada, tanto que na década de 80 o conceito de logística reversa ainda era prematuro, limitado somente a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na cadeia de suprimentos.
         Porém, a partir de 2001 a logística reversa passa a ser vista como uma nova etapa do supply chain management, contribuindo para a modificação das relações de mercado e justificando de maneira crescente as preocupações estratégicas das empresas, do governo e da sociedade em geral (Leite, 2003).
         Conforme Lacerda (2002) e Leite (2003), alinhado a estes acontecimentos a logística reversa ganha novas perspectivas de negócios, contribuindo para o controle eficiente dos custos efetivos de matéria-prima, estoques em processo, produtos acabados, eficiência nos processos (melhoria contínua), bem como a total administração de todas as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição.
         A grande preocupação, no entanto que as principais organizações têm tido no momento, seja pela necessidade de novos produtos ou pela conscientização ecológica relativa aos impactos ambientais que esses novos produtos provocam ao meio ambiente, tem obrigado essas empresas a buscarem constantemente um investimento em novas estratégias com relação aos canais de distribuição reversos (CDRs), considerados por ele como canais pós-consumo e de pós-venda (Leite, 2003).
         Lacerda (2002) e Leite (2003) consideram duas visões importantes que não podem deixar de ser observadas através da logística reversa. Segundo o autor, um bom planejamento estratégico dos recursos logísticos se faz necessário para que haja um entendimento mais eficiente da logística reversa sobre os pontos de vista financeiro, ambiental e social:
         - do ponto de vista financeiro fica evidente que além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso;
         - do ponto de vista ambiental ela possibilita uma avaliação dos impactos de determinados produtos sobre o meio ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as etapas do ciclo de vida dos produtos.
         - do ponto de vista social a logística reversa visa proporcionar às empresas uma maior responsabilidade social, o que desencadeia novas atividades econômicas, novos empregos e nova renda familiar, sem dizer no importante incentivo à pesquisa de desenvolvimento de tecnologias de materiais, de reuso e reciclagem.
         Então, é interessante analisar uma situação do ponto de vista holístico (como uma combinação dos três pontos de vista acima descritos) para permitir o planejamento da rede logística de forma a englobar todas as fases do ciclo de vida dos produtos, os custos associados e os impactos ambientais decorrentes, pois é essencial que a organização conheça profundamente os fatores-chave de sucesso do seu setor de atuação.


 - PRM – ADMINISTRAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DE PRODUTOS
         O gerenciamento das operações que compõem o fluxo do CDR faz parte da Administração da Recuperação de Produtos (PRM). O PRM é definido como “o gerenciamento de todos os produtos, componentes e materiais usados e descartados pelos quais uma empresa fabricante é responsável legalmente, contratualmente ou por qualquer outra maneira” (THIERRY et al., apud KRIKKE, 1998, p. 9).
         O sucesso das operações do CDR, está intimamente ligado às ações da empresa com relação aos itens (tecnologia, marketing, informação, organização, finanças, LR e a Administração de Operações), isto é, se a empresa não desenvolver cada área de tal forma a possibilitar condições do produto e/ou derivado (seus subprodutos) retornar ao CDR a empresa são conseguirá sucesso
         O objetivo da PRM é a recuperação, tanto quanto possível, de valor econômico e ecológico, dos produtos, componentes e materiais. Krikke (1998, p. 33-35) estabelece quatro níveis em que os produtos retornados podem ser recuperados: nível de produto, módulo, partes e material. A reciclagem é a recuperação ao nível de material, sendo este o nível mais baixo. A quadro abaixo descreve as opções de recuperação.
         Diferentes empresas utilizam uma ou mais opções de PRM. Por conseguinte, seu sistema de Logística Reversa deverá ser desenhado de acordo com as opções de PRM utilizadas. O correto planejamento e organização da Logística Reversa é fundamental para o bom andamento do PRM.


















BIBLIOGRAFIA


BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Porto Alegre: Bookman, 2001.

BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
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CÉSAR, Giocondo I Francisco, NETO SACOMANO, Mário, FARAH, Elias Osvaldo. Logística Reversa Integrada. Seminário de Admistração FEA –USP, Ago 2007.  Disponível em http://www.ead.fea.usp.br/Semead/10semead/sistema/resultado/trabalhosPDF/564.pdf . Acesso em: 23 abr. 2008
COUTO, Ademilson et al. Logística Reversa do PET: Oportunidades de Negócios para as Empresas Têxteis 2004, 62 f. Monografia (Especialização)- Faculdade Associada de Cotia, Cotia – SP 2004
DAHER, Elias Cecílio, SILVA, Sota La de Pinto Edwin, FONSECA, Pallavicini Adelaida. Logística Revesa: Uma oportunidade para Redução de Custos através do Gerenciamento da Cadeia Integrada de Valor. Revista eletrônica BRB, v. 3, n.1, Jan 2006. Disponível em http://www.bbronline.com.br/upld/trabalhos/pdf/32_pt.pdf . Acesso em: 19 abr. 2008.
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LACERDA, L. Logística reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. 2002. Disponível em:<http://www.centrodelogistica.com.br/new/fspublic. htm>. Acesso em 26 ago. 2007
LEITE, P.R. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003.