DESENVOLVIMENTO
E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO DA REPÚBLICA DA ESPADA A ERA VARGAS.
Introdução
Desde a proclamação da
República em 1889, até a Era Vargas, nota-se que o Estado Brasileiro se desenvolveu
de acordo com as demandas das classes, ou grupos de pessoas mais influentes,
dentro de cada momento histórico, bem como para tratar situações que ameaçavam
a governabilidade do país, advindas de crises internacionais.
Outro fator de
desenvolvimento é a inclusão social de grupos até então marginalizados, e de
temas até então considerados irrelevantes, como as questões ambientais e
climáticas.
No decorrer do
desenvolvimento desse trabalho, tentarei detalhar essas mudanças, seus pontos
positivos e negativos que determinaram o desenvolvimento do Estado Brasileiro.
República Velha:
O período conhecido como República Velha, teve seu
início com o Governo Provisório, tendo como figuras chave os Marechais Deodoro
da Fonseca, e Floriano Peixoto.
Por parte dos militares, havia uma tendência
centralizadora para o governo, porém por parte das oligarquias rurais, queria
um regime voltado aos estados, podendo assim aumentar seu poder de veto e
ampliar seus interesses.
Os desenvolvimentos e mudanças verificados nessa fase
em relação à monarquia foram: estatização da moeda, estímulo a indústria, baixa
nos preços dos imóveis e alimentos, repressão aos movimentos monarquistas e
proibição do jornal no Brasil.
Qualquer tipo de enfrentamento nessa fase era tratado
com repressão.
Esse período que durou de 1889 até 1895 é conhecido
como República da Espada, que caiu frente ao poder político dos Barões do Café
de São Paulo, e dos Pecuaristas de Minas Gerais, dando origem a república do
café com leite, e uma nova fase política para o Brasil, na qual os estados mais
importantes economicamente conseguiam influenciar a política nacional. Em
decorrência disso, os estados de São Paulo e Minas Gerais uniram suas forças em
um pacto, no qual haveria um revezamento entre os presidentes das republica,
sendo que apenas os de São Paulo e Minas Gerais seriam eleitos, inclusive pelo
apoio oferecido pelos outros estados que dependiam de alguma forma do poder dos
dois estados já citados. Esse pacto foi rompido pelo então Presidente Washington
Luiz, que apoiou outro candidato, assim como ele paulista, Julio Prestes. O
grupo dos paulistas fraudou a eleição, descontentando o grupo dos mineiros, que
se uniram ao grupo dos políticos do Rio Grande do Sul e, através de um golpe,
levaram ao poder Getúlio Vargas.
Como se pode ver, não havia nem mesmo o compromisso de
honrar os acordos políticos naquela época, os interesses das classes ou grupos
dominantes estava além do interesse nacional, se é que existia um interesse
nacional claro e unânime.
Com a chegada de Getulio Vargas ao poder, começou um
momento histórico chamado era Vargas, que trouxe consigo grandes mudanças,
principalmente para a classe trabalhadora, mas também para os setores como
imprensa, assistência social, indústria, etc.
Com Vargas também tivemos o período de ditadura no
Brasil.
Em 1934, Vargas passou a fazer parte da Ação
Integralista Brasileira (AIB), partido liderado por Plínio Salgado, de
ideologia fascista. Em contrapartida, havia a Aliança Nacional Libertadora,
liderada por Luiz Carlos Prestes, de ideologia comunista, e contrária a ideologia
da AIB. Nesta época, houve um golpe contra o governo Vargas, que não deu certo,
conhecido como Intentona Comunista, fato que Vargas utilizou para denunciar a
existência de um plano comunista no país, e valendo-se disso, instaurou o
Estado Novo, fechando o Congresso Nacional, criando uma nova constituição que
lhe dava poderes sobre o legislativo e judiciário.
Vargas fechou os partidos políticos, inclusive a AIB,
que tentou tirar Vargas do poder através de um golpe chamado Intentona
Integralista.
Vargas voltou ao poder em 1950 pelo voto direto, ou
seja, pelo desejo do povo. Porém, devido a oposição acirrada da UDN, liderada
pelo jornalista Carlos Prestes, que sofreu um atentado no qual ficou
evidenciada a participação da guarda pessoal de Vargas, chegou-se a crise final
do seu governo.
Conclusão:
Mesmo nos primórdios da República, o Brasil conseguiu
se inserir entre as grandes nações no contexto mundial. Porém fica evidente que
os interesses de determinados grupos eram decisivos para os rumos das políticas
praticadas no país. Fica evidente também que com a mudança do poder político
para grupos diferentes, os pactos não eram mais respeitados, gerando confrontos
entre grupos, devido aos interesses conflitantes em jogo.
Apesar de avanços incontestáveis no que se refere ao
desenvolvimento da nação, fica claro que se houvesse, desde o início da
República, uma política voltada para o Brasil como nação, que estivesse acima
dos interesses grupais, com certeza estaríamos em melhores condições hoje, pois
mesmo sem essa visão, o Brasil ainda conseguiu passar por crises, e hoje pode
ser considerado como nação capaz de enfrentar situações, que deixam países do
primeiro mundo preocupados e em dificuldades.
A história do Brasil, no período analisado, deixa-nos
a clareza de que há uma explicação lógica para a dificuldade que temos em
determinadas políticas, tais como as voltadas para a população de baixa renda,
e que necessita do amparo do Estado. Nosso país durante décadas foi governado
pelos interesses de classes que não necessitavam dessas políticas, classes auto
suficientes nesses termos, enquanto que os necessitados delas ficaram
abandonados por não terem voz.
Por isso a inserção das classes menos favorecidas no
universo dos cidadãos que têm suas demandas atendidas pelo Estado é de suma
importância para que nosso país passe para o grupo de países nos quais os
cidadãos são tratados como prioridade pelo serviço público, já que os que
prestam esse serviço são servidores públicos, ou seja, trabalham para atender
ao público.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
Apostila do curso de Especialização em Gestão Pública,
módulo Básico, desenvolvimento e mudanças no Estado Brasileiro – Alcides
Domingues L. Júnior.
http://www.infoescola.com