Quando a fé desaba e resta apenas o silêncio
Uma reflexão sobre Deus, dúvida, e a reconstrução da presença diante do incognoscível
Este texto faz parte de uma série de reflexões pessoais sobre fé, consciência e silêncio, desenvolvidas ao longo dos anos. Escrevo como quem já não pode fingir que não viu. Como quem precisa falar — mesmo sabendo que o essencial não se diz.
Fui um jovem cheio de fé. Religioso, devoto. Mas quando o excesso de informação se acumulou em mim como um peso morto, percebi: talvez o Deus em que eu acreditava fosse um reflexo da minha própria mente tentando suportar o mundo.
Chamamos de ‘Deus’ aquilo que conseguimos conceber dentro da nossa limitada capacidade de interpretar e descrever. E rejeitamos como ‘inexistente’ tudo o que nossa mente não pode nomear.
Não perdi a fé. Perdi foi a fé num Deus explicável. E ganhei o silêncio de uma presença impossível.
Deus é o incognoscível. O conhecido e o desconhecido são reflexos dessa
Deus é o incognoscível. O conhecido e o desconhecido são reflexos dessa interação que conseguimos, em parte, interpretar.
A maior parte da interação com Deus passa despercebida. Quando dirijo em alta velocidade, não capto todos os detalhes — mas continuo me movendo. Com Deus é igual: estamos imersos no que não entendemos, e mesmo assim seguimos.
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Talvez você também já tenha passado pelo colapso da fé.
E talvez — como eu — tenha encontrado silêncio onde antes havia explicações.
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