Quando o Espírito Silencia
Por Mauricio Tavares | Blog Alcance de Metas
Nem sempre conseguimos explicar com palavras, mas todos já sentimos.
Há pessoas que nos despertam o desejo de abençoar. Algo nelas nos toca, nos move, nos abre.
E há outras… diante das quais o nosso espírito simplesmente se cala.
Esse silêncio não é mágoa.
Não é orgulho.
É discernimento.
É como se, em algum lugar mais profundo que a razão, algo dissesse:
“Aqui, não.”
Desde tempos antigos, os sábios e as tradições espirituais reconhecem isso.
A bênção — seja ela em forma de palavra, ajuda, oração, energia ou intenção — é sagrada.
E só pode ser oferecida com verdade, quando há espaço real para recebê-la.
🌿 O solo onde a bênção floresce
Algumas pessoas são como terra fértil: abertas, humildes, prontas.
Diante delas, sentimos vontade de dar. De orientar. De dividir o que temos de melhor.
É como se o coração reconhecesse:
“Aqui, vale a pena semear.”
Mas há corações fechados, disfarçados, endurecidos pela vaidade, inveja ou manipulação.
E diante desses, o nosso espírito se retrai.
Porque a bênção é energia viva — e onde há falsidade ou resistência, ela se perde ou se contamina.
🕊️ O silêncio como proteção
Religiões diferentes falam disso com palavras distintas, mas o princípio é o mesmo:
- Jesus alertou: “Não lanceis vossas pérolas aos porcos.”
- Os sufis dizem que o coração puro reconhece os que caminham na verdade — e se cala diante dos que ainda estão dominados pelo ego.
- Os budistas chamam isso de “compaixão silenciosa”: saber quando não dizer, não insistir, não forçar.
- No espiritismo, aprendemos que toda vibração retorna, e dar algo precioso a quem não sabe receber pode nos fazer mal.
✨ A bênção é um reconhecimento, não uma obrigação
A gente não abençoa porque o outro “merece” segundo critérios humanos.
A gente abençoa quando há resposta interior verdadeira.
Quando o espírito reconhece luz do outro lado.
Quando há espaço para a graça fluir.
E quando não há, o silêncio é a escolha mais sábia.
🙏 Uma oração silenciosa
Que possamos abençoar com liberdade,
calar com sabedoria,
e discernir com amor.
Nem toda palavra precisa ser dita.
Nem todo gesto precisa ser feito.
Nem todo coração está pronto para receber.
E tudo bem.
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