No Brasil, ocorre mais de uma mudança tributária por
hora, um recorde mundial. Uma pesquisa exclusiva mostra que, para ficar nessa
corrida maluca, as empresas gastam 12 bilhões de dólares por ano
Por Alexa
Salomão e Giuliana Napolitano | 10.08.2005
Que a carga tributária no Brasil passou da conta e se
transformou em desvantagem na competição com os demais países emergentes não é
nenhuma novidade. Enquanto aqui o Estado engole quase 38% do PIB em taxas,
contribuições e impostos consumidos pelas engrenagens da máquina pública, no
Chile, uma carga tributária de 17,3% quase erradicou o analfabetismo, reduziu a
miséria e ainda é capaz de financiar obras públicas. Também não é nenhuma
novidade que volta e meia nasce no governo algum projeto de reforma que, feitas
as contas, acaba representando mais um peso nas costas das empresas. Um
levantamento da Fundação Getulio Vargas feito sob encomenda do Instituto
Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), obtido com exclusividade por EXAME,
mostra o desastre que representaria um aumento do ICMS na reforma tributária
que tramita no Congresso. Caso a alíquota média do ICMS passasse de 11,5% para
13,6%, cerca de 4 milhões de empregos desapareceriam e a economia do país
perderia 83 bilhões de reais ao ano. Um resultado desastroso, para dizer o
mínimo. "As empresas não suportariam mais um aumento da carga", diz
Emerson Kapaz, presidente do Etco. Mais impostos significam mais trabalho e
mais dinheiro gasto para atender o Fisco. Poucas vezes, porém, é possível
enxergar em detalhes os contornos absurdos que o fardo tributário representa no
dia-a-dia das empresas brasileiras. Outro estudo, realizado pela consultoria
PricewaterhouseCoopers e também obtido em primeira mão, avaliou o departamento
tributário de 74 grandes empresas de consumo e varejo no Brasil e de 211
multinacionais do setor em 36 outros países. O resultado é um retrato de como o
aumento da carga e da burocracia fiscal transformou a rotina dos negócios num
ambiente caótico, repleto de armadilhas.
As companhias brasileiras gastam por ano nada menos que 12 bilhões de dólares
apenas para manter seu departamento tributário -- quase quatro vezes a média
internacional. Enquanto em boa parte do planeta é preciso ter um funcionário na
área fiscal para cada bilhão de dólares faturado, no Brasil são necessários 29.
"A legislação tributária transferiu para as empresas a obrigação de
recolher impostos -- uma responsabilidade do Estado", afirma Luis Reis,
consultor tributário da Price. "Para atender a essa incumbência, as
companhias aumentaram a estrutura e os custos de seu departamento
tributário." Esse inchaço atinge empresas de todos os setores. A
Medtronic, fabricante de equipamentos e produtos médico-hospitalares com
faturamento anual de 9 bilhões de dólares, mantém na matriz americana 30 000
funcionários -- e apenas 0,2% trabalha no departamento tributário. Sem
fábricas, a operação brasileira emprega 50 pessoas -- 6% delas cuidam
exclusivamente das operações fiscais.
A conta para as
empresas
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O departamento
tributário das companhias é mais oneroso no Brasil que na maioria dos países
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Há mais
funcionários cuidando do pagamento de impostos
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No Brasil
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No mundo
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29 para cada
bilhão de dólares faturado
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1 para cada
bilhão de dólares faturado
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Mais empresas aceitam
planejamento tributário no limite da legalidade
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No Brasil
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No mundo
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8% das
empresas
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0% das
empresas
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Os custos para
manter o departamento tributário são 4 vezes maiores
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Fonte:
PricewaterhouseCoopers
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Na holding Rezende Barbosa -- controlador da Nova América, dona da marca de
açúcar União --, é preciso administrar o pagamento de quase 200 tipos
diferentes de impostos, taxas e contribuições. Isso consome cerca de 30% do
faturamento. "A sangria é grande", diz Alberto Asato, diretor-superintendente
do grupo. De acordo com o levantamento da FGV, em algumas indústrias -- como a
têxtil, a de combustíveis e a de automóveis --, o peso dos impostos alcança 50%
das vendas líquidas. Há sobrecarga até para as empresas de software que prestam
serviços tributários. "O Brasil é o país onde a adaptação de programas
tributários dá mais trabalho, porque a legislação muda muito", diz Meva Su
Duran, diretora de produtos da subsidiária brasileira da SAP. "Aqui
mantemos uma equipe de dez pessoas para cuidar de 580 clientes. No México, há
apenas uma pessoa responsável por 400 clientes." Situação idêntica vive a
Oracle. "No Brasil, temos mudanças nos programas todo mês", diz
Elisabete Waller, diretora de consultoria da empresa em São Paulo. "A
média mundial é de uma alteração a cada seis ou oito meses, no máximo."
O excesso de gente e de trabalho serve, em primeiro lugar, para dar conta da
burocracia. De acordo com o levantamento da Price, nos demais países, cerca de
57% do custo do departamento tributário cobrem operações triviais, como
preenchimento de formulários e checagem das normas. No Brasil, os cuidados com
a papelada consomem 74% do orçamento. Para piorar, isso não garante que o
trabalho fique completo. A maioria dos diretores tributários tem certeza de
que, mesmo pagando todos os impostos em dia, se errar um detalhe no
preenchimento de um formulário -- por menor e mais tolo --, será punida pelo
Leão. "A grande preocupação é atender às normas do Fisco", diz Pedro
Henrique Fernandes, gerente de tributos da Kraft, um dos principais fabricantes
de alimentos do país. "Mesmo fazendo tudo certo, corremos o risco de ser
autuados."
Cerca de 70% dos 50 funcionários da área fiscal da Kraft no Brasil nem passam
perto dos escritórios da matriz, em Curitiba. Ficam na porta das fábricas e nos
centros de distribuição do grupo apenas para conferir as notas de cada um dos
68 000 fornecedores -- se um deles sonegar, a Kraft será considerada solidária
no delito e acabará punida pelo Fisco. A papelada gerada pelas transações pode
ser solicitada pelo Fisco e precisa ser arquivada em certos casos por até 20
anos. A Kraft guarda 100 000 caixas de documentos distribuídas numa área de 35 000 metros cúbicos
-- o que equivale a 14 piscinas olímpicas abarrotadas de papéis. É uma dinâmica
de trabalho impensável em outras unidades da companhia no mundo. No resto da
América Latina, por exemplo, nem sequer há departamentos exclusivos para cuidar
de impostos. O serviço, por ser muito mais simples, é feito por funcionários da
área contábil ou da tesouraria.
O efeito dos
impostos na economia
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Hoje, a alíquota
média do ICMS é de 11,5%. Veja o que aconteceria se essa alíquota mudasse
para:
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13,6%
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10,7%
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O PIB
Cairia 6 pontos percentuais |
O PIB
Cresceria 3,5 pontos percentuais |
A Economia
Perderia 83 bilhões de reais |
A Economia
Receberia 48 bilhões de reais |
O número de
empregos
Diminuiria 4 milhões |
O número de
empregos
Aumentaria em 2,3 milhões |
Fonte: Fundação
Getulio Vargas
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O aumento constante da carga tributária gera distorções surrealistas, capazes de
inverter a lógica dos negócios. Veja o exemplo da Elektro, distribuidora de
energia que atende municípios do interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Cada vez que os tributos sobem, a conta de luz aumenta, fazendo com que a
inadimplência cresça. Para cobrar os devedores, a empresa precisa gastar mais
dinheiro. Só que, às vezes, é o próprio governo que está inadimplente. Há cinco
anos, a Elektro briga na Justiça para reaver 11,5 milhões devidos por sete
prefeituras -- às quais paga tributos regularmente. "O aumento de tributos
acaba se transformando em um incentivo à sonegação", diz Orlando González,
presidente da empresa.
Para complicar, a legislação brasileira muda sem parar e virou um labirinto de
normas e exigências burocráticas. De acordo com o Instituto Brasileiro de
Planejamento Tributário (IBPT), de 1988 para cá houve 1,5 mudança tributária
por hora -- o que totaliza 220 000 mudanças. O IPI sobre uma Coca-Cola Lemon,
por exemplo, foi reduzido à metade, porque foi criada uma lei que beneficia refrigerantes
à base de sucos de frutas. Um carro produzido no Brasil, como o Fox, da
Volkswagen, hoje custa 15% menos nas revendas do México, porque as exportações
aqui ganharam algumas concessões e lá a carga fiscal é menor. O consumidor
cearense paga 12% menos que o paulistano por uma mesa de escritório fabricada
na cidade de São Paulo, pois os incentivos fiscais se popularizaram no Nordeste
do país. A papelada exigida pelo Fisco brasileiro também não pára de aumentar.
Triplicou o número de declarações fiscais exigidas das companhias nos últimos
dez anos, segundo levantamento do escritório de advocacia e consultoria
tributária Braga & Marafon, de São Paulo. Hoje, a Receita exige 22
documentos -- alguns têm de ser apresentados semanalmente. Só para comparar, no
Chile, um dos países de legislação tributária mais simples do mundo, as
empresas pagam apenas dois impostos.
Diante de toda essa complicação, não é uma surpresa que as
disputas tributárias estejam crescendo. Dados da Justiça Federal mostram que,
nos últimos cinco anos, os processos do Fisco contra os contribuintes
aumentaram 80%. Uma pesquisa da consultoria tributária Docs, de São Paulo, com
250 empresas, revela que 96% delas receberam mais de 21 autuações da Receita no
último ano -- algumas foram chamadas mais de 50 vezes pelo Leão. O levantamento
da Price mostra que, para aliviar a pressão dos tributos, muitas companhias
resolveram encarar a queda-de-braço com o Fisco. Quase 80% das empresas
entrevistadas questionam judicialmente o pagamento do PIS ou da Cofins. Para se
garantir nas disputas, recorreram a consultorias tributárias e jurídicas. Nos
últimos três anos, quase metade das empresas no Brasil elevou o gasto com
consultores e escritórios de advocacia, enquanto no resto do mundo essa procura
aumentou 40%. "O mercado local se aqueceu tanto que, desde o início dos
anos 90, o número de consultorias tributárias quase triplicou", diz o
advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT.
Pagar apenas o imposto devido é uma preocupação cada vez mais pertinente para
empresas que querem sobreviver dentro da lei num ambiente em que imperam a
informalidade e a sonegação. Mas o ex cesso de burocracia dá margem a erros,
tanto dos contribuintes quanto da própria Receita -- e o Fisco não perdoa nada.
"Ficou comum a Receita cobrar dívidas já pagas", diz o advogado
Andrei Fernandes, do escritório Barbosa Müssnich & Aragão, do Rio de
Janeiro. No passado, os enganos eram resolvidos com mais tranqüilidade. Quando
o Fisco detectava uma falha, enviava um comunicado e dava um prazo para a
companhia se explicar. O procedimento mudou. Qualquer dívida pode enquadrar a
empresa na lista de fraudadores notórios. "A Receita não discute mais
nada", afirma a advogada Silvania Tognetti, do Barbosa Müssnich. "Quem
erra por desconhecimento é tratado como sonegador."
No mercado ficou célebre um incidente ocorrido com a Votorantim. O grupo, que fatura cerca de 3 bilhões de reais por ano, ficou
pendente com o Leão por uma dívida de 10 reais -- já quitada -- que o impedia
de disputar licitações. Para se livrar do problema, pagou outra vez. Procurada,
a Votorantim não quis comentar a divergência. Quando os valores são mais
altos, a situação se complica. É o que acontece com outra empresa brasileira,
cobrada em 45 milhões de reais pela Receita. "Essa dívida já foi
questionada na Justiça em 1991, e a empresa ganhou o processo", afirma
Antônio Carlos do Amaral, advogado que defende a companhia. "Não há a
menor chance de o Fisco ganhar agora." Por que o Fisco se dá ao trabalho
de gastar recursos públicos para brigar por uma causa perdida? EXAME procurou a
Receita Federal, mas não obteve respostas. Advogados e consultores dão uma
explicação: quando o Fisco recorre à Justiça contra uma empresa, ela é obrigada
a depositar o valor da dívida em juízo, e os recursos engordam os cofres do
Tesouro. Ações desse tipo costumam levar de dez a 15 anos para ser julgadas.
A mordida do leão
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Carga tributária bruta por segmento de atividade (1)
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Automóveis, caminhões e ônibus
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58%
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Transportes
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56%
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Distribuição de combustíveis
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56%
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Material elétrico
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55%
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Indústria têxtil
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54%
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Bebidas não alcoólicas
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52%
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Abate de animais
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48%
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Indústria de laticínios
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46%
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Construção civil formal
|
46%
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Cerveja
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44%
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Farmacêutico e de perfumaria
|
34%
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Equipamentos eletrônicos
|
34%
|
Indústria de calçados
|
34%
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(1) Sobre o valor adicionado de 2003
Fonte: Fundação Getulio Vargas |
Para a maioria dos empresários e executivos, o peso dos impostos na linha de
custos é tão grande que se tornou estratégico conhecer o impacto dos projetos
de lei em tramitação no Congresso. "Eles precisam saber o que está em
discussão no Legislativo em detalhes para não ser pegos desprevenidos e também
se organizarem para discutir a nova lei", diz Cesar Pinela, diretor
executivo da Mastersaf, consultoria especializada em legislação. Desde
o ano passado, a equipe da Mastersaf monitora projetos de lei que tratam de
tributos. Foi graças a esse tipo de informação que, no ano passado, os
empresários conseguiram se mobilizar para deter o aumento de impostos e de
contribuições previstas na MP-232.
Recorrer às consultorias, no entanto, traz alguns riscos. Muitas delas
simplesmente ensinam a sonegar. No levantamento da Price, cerca de 8% das
companhias ouvidas se mostraram dispostas a aceitar planejamentos tributários
arrojados, no limite da legalidade, caso eles aliviassem o peso dos tributos.
No resto do mundo, nenhuma empresa se mostrou disposta a assumir esse tipo de
risco. Outro problema é a falta de preparo de alguns consultores. Em julho,
grandes empresas, como Pão de Açúcar, Adria e Sucos Del Valle, foram apontadas
como sonegadoras pelo Fisco paulista devido a uma operação mal administrada por
consultorias tributárias. Os consultores ofereceram um pacote de serviços que
incluía compra, processamento e exportação de soja para que as empresas pudessem
abater créditos de ICMS. O esquema é legal, mas as consultorias realizaram
operações fictícias e apresentaram ao Fisco notas frias. "O país tem a
chance de aliviar o caos tributário na reforma do ICMS que tramita no
Congresso", diz Marcelo Fortes, tributarista do escritório paulistano
Machado, Meyer, Sendacz e Opice. "O problema é que toda reforma
relacionada a tributos começa com a boa intenção de simplificar a lei e de
reduzir a carga, mas termina multiplicando as regras e aumentando o valor dos tributos."
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